Brasília, 18/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - O novo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o físico Silvio Crestana, afirmou nesta sexta-feira que espera mais investimento do setor privado nas pesquisas. No Brasil, explicou, o investimento em desenvolvimento de tecnologia agropecuária patrocinado por empresas comerciais gira em torno de 30%, enquanto nos países desenvolvidos o percentual é de 70%.
"Nós precisamos ter mais a iniciativa privada, a agricultura comercial, a agricultura de grande escala, investindo mais diretamente. Não precisa investir na Embrapa, mas investir em pesquisa, para que a gente possa fazer a complementaridade. Temos que criar essa cultura no Brasil", disse Crestana.
O orçamento que a Embrapa tem disponível hoje é, em números corrigidos, cerca de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões inferior àquele de que a empresa dispunha em 1996, segundo o novo presidente. Para 2005, estão previstos R$ 877,248 milhões (cerca de US$ 250 milhões). "Nesses praticamente dez anos tem havido diminuição do investimento na Embrapa. Hoje, nós teríamos que dispor de um orçamento da ordem de R$1,2 bilhão", diz.
Segundo Crestana, o que é investido diretamente em pesquisa pela Embrapa representa apenas 10%, ou menos, do total destinado pelo governo. Desses recursos orçamentários, 60% a 70% são gastos com pessoal, 20% a 30% com custeio (manutenção) e 10%, ou menos, com recursos de investimento. "Nosso equivalente nos Estados Unidos investe US$ 1 bilhão ao ano. A diferença é de 1 para 5 – uma dificuldade muito importante para a gestão", afirma.