Graziela Sant'Anna
Da Agência Brasil
Brasília - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pretende retomar na próxima semana 25 lotes no município de Anapu, no Pará, onde a missionária Dorothy Stang foi assassinada. Os lotes serão destinados ao assentamento de 20 famílias.
De acordo com o superintendente do Incra do Pará, Inocêncio Gasparin, 400 famílias já foram assentadas no município. Com a retomada de outras áreas da União, o número deve subir para mil. "O governo federal entendeu que deveria intensificar as suas ações na área. Está decidido a fazer a regularização fundiária de uma vez por todas e eliminar esses foco de violência", acrescentou.
As três áreas já liberadas somam cerca de 60 mil hectares e com o trabalho de vistoria previsto para começar na quinta-feira (24), o Incra espera chegar a 140 mil hectares.
O presidente da Federação de Agricultores do Pará, Antônio de Souza Carvalho, disse que esperava uma desapropriação de toda a área de Anapu. "Queremos que sejam desapropriados 10 milhões de hectares de terras no estado", afirmou.
Os problemas fundiários na região começaram em 1975, quando o governo federal dividiu duas glebas em lotes de 3 mil hectares, cada, distribuídos a particulares. O contrato previa que eles deveriam ocupar a terra e não vendê-la. Em 1990, a maior parte dessa área estava abandonada, o que despertou o interesse de grileiros.