Liberada a venda de bananas produzidas no Pará

18/02/2005 - 18h32

Bianca Estrella
Da Agência Brasil

Brasília - O estado do Pará está voltando a comercializar banana para todo o Brasil e também para o exterior. A venda foi liberada depois que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reconheceu os municípios de Brejo Grande do Araguaia, Piçarra, São Geraldo do Araguaia e Palestina do Pará, todos da região Sudeste do estado, como áreas livres da Sigatoka Negra, uma praga que atinge bananais.

Segundo o fiscal do Ministério da Agricultura responsável pelo controle da Sigatoka Negra, René Suman, os agricultores da região vão ter que voltar a produzir bananas: "Muitos deles deixaram suas lavouras para trás quando a comercialização no estado foi proibida." A região Sudeste do Pará, acrescenta Suman, nunca chegou a ser contaminada com a praga. Mas a legislação impede que um estado comercialize produtos caso alguma outra região tenha sido afetada e no caso do Pará, a região Norte é que foi atingida.

Uma Instrução Normativa sobre a criação de áreas livres da Sigatoka Negra será entregue para aprovação do ministro Roberto Rodrigues. "Estamos incentivando a criação de outras áreas livres no Brasil, para que determinadas regiões no Pará não sejam prejudicadas por contaminações", disse o fiscal. O ministério também está incentivando a prevenção de pragas nas plantações de banana por meio do sistema de mitigação de risco – a fruta recebe um tratamento antes de ser comercializada.

O reconhecimento da banana produzida no sudeste do estado do Pará foi resultado de ação conjunta da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). A Sigatoka Negra é uma praga originária das ilhas Fidji que entrou no Brasil pela Amazônia em 1998. Antes restrita somente à região Norte, a praga vem se alastrando por estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país. A propagação se dá por meio de esporos conduzidos pelo vento, chuva, meios de transporte, plantas e mesmo pelo homem.