Valtemir Rodrigues
Da Agência Brasil
Brasília - A Caderneta de Saúde, lançada nesta quinta-feira pelo governo, permitirá o diálogo entre a família da criança e os profissionais de saúde que a atendem. A informação foi dada pela coordenadora do Programa de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Alexia Ferreira.
Segundo ela, o documento vai conter o histórico dos cuidados com a criança e permitirá a cada profissional que a atenda decidir sobre a melhor terapia. A caderneta está sendo distribuída para todos as secretarias municipais de Saúde, que deverão repassá-la para as maternidades públicas e privadas.
Em entrevista à Rádio Nacional AM, Alexia informou que a caderneta é um importante instrumento de vigilância da saúde da criança. O documento registra informações como a cobertura de vacinas, a curva de crescimento e de desenvolvimento, detalhes da gravidez, do parto e da amamentação.
Também haverá espaço para anotações sobre saúde bucal, auditiva e visual, além do registro de doenças da criança até os 10 anos de idade, dicas de saúde e de alimentação saudável. A caderneta terá cor diferenciada para meninas (laranja) e meninos (verde). Isso porque a curva de crescimento é diferente.
Segundo a coordenadora, o governo também tem buscado melhorar a saúde infantil e diminuir os índices de mortalidade. Ela informou que dados de 2003 mostram que houve queda significativa na mortalidade infantil no país, embora seja necessário melhorar. "Em 2003, morriam 24,4 crianças por mil nascidas vivas, o que ainda é um grande desafio para nós", disse.
Alexia revelou que o ministério tem outras iniciativas para atacar a mortalidade infantil, entre as quais o pacto pela redução das ocorrências entre as mães e os bebês na fase neonatal - crianças com menos de 28 dias. De acordo com ela, a mortalidade nessa faixa se mantinha em patamar muito alto, ao contrário das ocorrências com crianças acima dessa idade. "Para combater isso, o ministério está implementando um conjunto de ações para qualificar a atenção à gestante e ao recém-nascido". Segundo ela, isso permitirá reduzir a mortalidade materna e a neonatal.