Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, recomendou hoje aos líderes governistas na Câmara cabeça fria e humildade para que a Câmara e o Senado possam estabelecer suas agendas e tocar a votação de matérias de interesse do país. Segundo o ministro, o momento não é de buscar culpados pela derrota do candidato oficial do PT à presidência da Casa, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
"Não podemos, no presente momento, buscar responsáveis, mesmo porque os responsáveis já se apresentaram: são os 300 deputados responsáveis pela vitória do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Diante disso, cabe respeitar esta decisão e, também, o presidente da Câmara", afirmou Rebelo.
Na tarde de hoje, o ministro fez "uma visita de cortesia" aos novos presidentes da Câmara, Severino Cavalcanti, e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para cumprimentá-los pela eleição. O importante, a partir de agora, é retomar os trabalhos em cooperação com o Congresso Nacional, destacou Rebelo.
Perguntado se se referia aos deputados petistas que criticaram sua conduta no processo de sucessão na Câmara, quando recomendou humildade e cabeça fria às lideranças governistas, o ministro disse que não se dirigia especificamente a nenhum parlamentar. "Acho que, neste momento, o que cabe é retomar os contatos e atividades com a Câmara e o Senado e cuidar da agenda", acrescentou.
Rebelo destacou a iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros, de convocar para a próxima terça-feira (22) uma reunião com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, e todos os líderes das duas Casas para discutir a possibilidade de tramitação mais célere da reforma política. O ministro elogiou também a criação de uma comissão de senadores, proposta por Calheiros, para acompanhar a questão social no sul do Pará, bem como as investigações sobre o assassinato da missionária americana naturalizada brasileira Dorothy Stang.
Fazem parte da comissão os senadores Demóstenes Torres (PFL-GO), Sibá Machado (PT-AC), Eduardo Suplicy (PT-SP), Ana Júlia Carepa (PT-PA), Fátima Cleide (PT-RO) e Serys Slhessarenko (PT-MS). Em 30 dias, os parlamentares terão que apresentar ao presidente do Senado um relatório sobre as constatações feitas na região.
A missionária Dorothy Stang foi morta a tiros no último sábado (12), em Anapu, no Pará.