Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Cidades, Olívio Dutra, atribuiu à especulação imobiliária o conflito ocorrido no Condomínio Sonho Real, em Goiânia, que resultou na morte de duas pessoas na manhã desta quarta-feira. Segundo o ministro, a área está "estocada" para especulação em uma região que atrai pessoas tanto da capital goiana quanto de outras localidades do estado em busca de moradia. "É uma questão séria, que evidentemente precisa de uma ação integrada, que respeite a comunidade e possibilite terreno urbano de qualidade para a moradia das famílias de renda mais modesta", disse.
O ministro pediu ponderação à Polícia Militar de Goiás e aos trabalhadores sem-teto que ocupam a área. "É preciso sempre buscar saídas negociadas e sérias, mas a saída efetivamente é o estado de direito democrático e o respeito ao protagonismo das comunidades", afirmou.
Segundo Olívio Dutra, o Ministério das Cidades possui programas que garantem o acesso a moradia à disposição de governos estaduais e municipais como forma de evitar que novos conflitos como o de Goiânia voltem a ocorrer. "O Ministério das Cidades não é para comprar terras, mas tem programas com os quais se propõe a ajudar tanto o governo do estado quanto o governo da região metropolitana para ir garantindo o direito a moradia digna a todas as
famílias em todas as regiões metropolitanas", ressaltou.
Além de duas pessoas mortas, pelo menos 26 ficaram feridas no conflito entre os policiais militares e os trabalhadores sem-teto no Condomínio Sonho Real. A operação de reintegração de posse do condomínio foi comandada pela Polícia Militar de Goiás, na chamada Operação Triunfo. O preço da área é estimado em R$ 38 milhões, e mais de três mil famílias vivem no condomínio desde o ano passado.