Governo vai manter postura firme de repressão ao crime e à ilegalidade na Amazônia, afirma Dirceu

16/02/2005 - 15h27

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, reafirmou hoje (16) a determinação do governo federal de manter "uma postura firme de repressão ao crime e à ilegalidade na região do Pará e da Amazônia". Segundo Dirceu, não haverá impunidade no que se refere às mortes de líderes populares e pessoas ligadas a trabalhadores rurais na região. O ministro disse também que o governo não vai recuar das ações de regularização fundiária e ambiental no estado. Dirceu participa, neste momento, no Palácio do Planalto, da reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

Os ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues; do Meio Ambiente, Marina Silva; e da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, além do secretário-executivo do ministério de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim; do secretário-executivo do Fórum, Luiz Pinguelli Rosa; pesquisadores das Universidades brasileiras, de empresas e organizações não-governamentais também participam do Fórum.

A reunião vai avaliar o potencial do Brasil na utilização de mecanismos de desenvolvimento limpo e debater ações de política de mudanças climáticas a serem implementadas no país, com prioridade ao combate ao desmatamento na Amazônia.

Em menos de quatro dias ocorreram dois assassinatos de líderes populares e de um agricultor no interior do estado do Pará. No último sábado (12), morreu a missionária norte-americana e naturalizada brasileira Dorothy Stang, e ontem, o sindicalista Daniel Soares da Costa Silva, membro do Sindicado dos Trabalhadores Rurais de Parauapebas (sudeste do estado).

O sindicalista Daniel foi assassinado quando se dirigia de motocicleta para o assentamento Carajás, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a aproximadamente 450 quilômetros de Belém. A missionária Dorothy Stang foi morta a tiros no município de Anapu (PA). No domingo (13), também em Anapu, foi morto o agricultor Adalberto Xavier Leal, que trabalhava para o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, suspeito de ser o mandante do assassinato da missionária.