Empresário quer maior envolvimento da categoria com o Protocolo de Quioto

16/02/2005 - 13h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O presidente-executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), Fernando Almeida, disse hoje, no Rio de Janeiro, que a entrada em vigor do Protocolo de Quioto representa, em primeiro lugar, "o enorme reconhecimento de uma idéia, de um trabalho, de articulação e de convencimento que começou com os negociadores brasileiros". O segundo ponto importante é que não se trata de modismo, mas de um tema que veio para ficar, frisou.

Almeida lamentou que o percentual inicial para redução de emissões de gases poluentes previsto no acordo seja muito reduzido, da ordem de 5,2%, tendo como base os índices de 1990, quando o correto seria uma taxa de 50% ou 60% pelo menos. "Entretanto, esse é o primeiro passo, que considero fundamental".

O empresário alertou, entretanto, para a necessidade de que sejam feitos avanços no que se refere ao setor privado e seu maior envolvimento com a questão. Lembrou, porém, que alguns projetos já são aprovados no país, entre os quais os ligados à instalação de aterros sanitários no estado do Rio de Janeiro.

"Acho que daqui para a frente o setor privado tem que estar cada vez mais atento porque independente de demanda legal existem a demanda social e a responsabilidade ética. E, dessa forma, o setor terá que se mexer e ter uma participação que, muitas vezes, estará acima dos tratados. Estará acima da demanda legal, para que as futuras gerações não tenham problemas seríssimos como temos hoje, desde enchentes até mudança completa da biodiversidade", afirmou Almeida.

O empresário ponderou que mesmo sem a participação dos Estados Unidos "nessa força tarefa mundial para mudar o futuro de um serviço da natureza fundamental para a sobrevivência do homem, o protocolo é um fato". Grandes empresas já investem em redução das emissões e em eficiência energética e, no Brasil, existe um movimento geral na área de biodiversidade e seqüestro de carbono, informou.