Duas pessoas são mortas durante reintegração de posse em Goiânia

16/02/2005 - 16h13

Érica Santana e Luciana Vasconcelos
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – A reintegração de posse de um terreno em Goiânia causou a morte de duas pessoas e outras sete foram encaminhadas ao hospital. Na manhã de hoje, a Polícia Militar de Goiás deu início à operação Triunfo para cumprir mandado de reintegração de posse do Parque Oeste Industrial em Goiânia, que está ocupado desde maio de 2004. Estima-se que cerca de três a quatro mil famílias viviam na ocupação chamada "Sonho Real".

O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), a Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Ella Castilho, e um delegado da Polícia Federal embarcaram ao meio-dia de hoje (16) para Goiânia para acompanhar os desdobramentos da operação. O ministro considerou a situação grave. Na noite de ontem, o governador do estado, Marconi Perillo, havia garantido à SEDH que tomaria providências para evitar o uso da violência no local.

De acordo com assessoria de imprensa da Secretaria, o secretário-adjunto Mário Mamede manteve ontem contatos telefônicos com a procuradora-geral do Estado, Laura Bueno. À tarde, Mamede se reuniu com uma comissão de moradores da área ocupada e parlamentares, que alertaram para a possibilidade de violência durante a operação policial. Segundo a secretaria, o secretário manifestou ao governador e ao presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Jamil Pereira, preocupação com o caso.

O tenente-coronel da PM Carlos Antônio Elias afirmou que aproximadamente dois mil policiais participaram da ação e que não foi utilizada munição letal. "Nós encontramos uma resistência considerável por parte deles, que traziam paus, pedras e armas de fogo", disse o tenente-coronel. Para o coronel, o resultado da operação foi positivo. "O balanço da operação é positivo principalmente porque foi um evento de proporção, que utilizou um grande aparato de logística de pessoal e que a Polícia Militar se manteve equilibrada, profissionalmente colocada na área, realizou um planejamento bastante minucioso, com todos os detalhes", afirmou.

Segundo o coronel Elias, a PM controla a situação. "Os posseiros retirados serão cadastrados, encaminhados para uma área provisória e logo após serão atendidos pelo programa de moradia do governo", concluiu.