Rio, 16/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - A devastação das matas e a ocupação desordenada de áreas de conservação estão tornando o ambiente propício ao aparecimento de répteis em áreas urbanas do Rio de Janeiro. Hoje, bombeiros do Grupamento Florestal resgataram uma jibóia com mais de dois metros de comprimento na estrada do Alto da Boa Vista, que atravessa a Floresta da Tijuca.
A cobra é a décima-quinta salva este ano pelos bombeiros e foi devolvida à floresta, porque não estava ferida. Em geral, os animais encontrados com ferimentos são encaminhados para tratamento e recuperação no Jardim Zoológico de Niterói. Onze cobras que foram tratadas nessa unidade serão levadas de volta à floresta no princípio de março.
Segundo o coronel Marcos Silva, das Unidades Especiais dos Bombeiros, a jibóia é perseguida por caçadores devido à qualidade de sua carne e ao valor da pele. Ele alertou, no entanto, para que a população não agrida os animais, contribuindo para a extinção da espécie, porque isso faria aumentar o número de ratos na cidade. "Quando uma cobra for encontrada, o cidadão deve acionar com rapidez o Corpo de Bombeiros", aconselhou.
A presidente do Jardim Zoológico de Niterói, Gizelda Candioto, disse que a floresta da Tijuca é o habitat das jibóias, mas a especulação imobiliária na área e as invasões estão contribuindo para o deslocamento das cobras. "As pessoas deixam muito lixo acumulado e isso atrai ratos, que são o alimento preferido das cobras. Elas também saem à procura de água", informou.