Rio ganha amanhã primeira incubadora de agronegócios orgânicos

30/11/2004 - 13h50

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) lança amanhã (1º) em sua sede no Rio a primeira Incubadora fluminense de agronegócios, voltada prioritariamente para a produção de orgânicos, isto é, sem o uso de agrotóxicos. A incubadora de agronegócios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro é ligada à engenharia de alimentos. A informação é da diretora executiva da SNA, Silvia Wachsner.

A nova incubadora já nasce com duas empresas: a Ecobras e a Organic Life. A primeira, especializada na produção de tofu (queijo de soja) orgânico, ganhou o prêmio Projeto Inovação da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj), e se prepara para produzir iogurte à base de tofu e tofu defumado. A segunda foi criada por jovens empreendedores para produzir e exportar produtos orgânicos como café, arroz e, numa etapa posterior, manga.

A incubadora também vai investir na zootecnia ligada à veterinária orgânica ou não-orgânica, apicultura, jardinagem, preservação do meio ambiente, aprimoramento de raças, segurança alimentar e qualidade dos alimentos. A tendência é aumentar gradualmente o número de empresas incubadas, embora o foco seja a qualidade e não a quantidade. A idéia é ajudar as empresas a deslancharem seus projetos e crescer, de modo que possam se transformar em empresas grandes e não morrer, explicou.

As empresas incubadas contarão com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e seus responsáveis terão acesso a cursos para capacitação gerencial e consultoria, além de receber recursos estimados em cerca de R$ 50 mil por empresa, incluindo plano de negócios. Silvia lembrou que as empresas incubadas têm acesso a fundos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia, e da Faperj, entre outros.

A produção de orgânicos do Rio ainda é reduzida em comparação com estados como o Paraná, mas pesquisas recentes mostram que o setor começa a se expandir, principalmente na região serrana. Silvia explicou que a produção de orgânicos não se limita a verduras, mas engloba uma gama diversificada, como café, soja, hortifrutigranjeiros e a criação de bovinos e aves.