Maranhão e Pará são campeões de mão-de-obra escrava, acusa OIT

30/11/2004 - 16h48

Brasília, 30/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - A coordenadora do Programa de Combate ao Trabalho Escravo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Patrícia Audi, disse hoje que o Maranhão é campeão no aliciamento de mão-de-obra escrava, pois a maior parte dos escravos contemporâneos no Brasil é oriunda desse Estado, mas "o campeão dessa vergonha, infelizmente, é o Pará, seguido do Mato Grosso e em seguida vem o Maranhão",

Em entrevista ao programa "Amazônia Brasileira", da Rádio Nacional da Amazônia, Patrícia disse que o trabalhador que é induzido a um emprego não remunerado, nem sempre sabe ler ou escrever. De acordo com Patrícia Audi, essas pessoas ficam, muitas vezes, devendo o transporte e a comida e passam meses trabalhando sem receber nada. "Essas pessoas simplesmente não vão mais poder sair dessas fazendas, não vão mandar dinheiro para casa e muitas vezes morrem tentando fugir", explica.

Segundo Patrícia Audi, é difícil evitar que a migração aconteça. Ela explica que o trabalhador deve tomar cuidados ao aceitar qualquer tipo de convite, principalmente ao deixar o estado onde vive sem saber exatamente qual é o endereço da fazenda onde vai trabalhar.

"Use do seu direito de trabalhador, vá sempre com a carteira assinada, comunique à Delegacia Regional do Trabalho e só saia com o contrato de trabalho assinado", alertou a coordenadora do Programa de Combate ao Trabalho Escravo da OIT.