Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Um grupo de cerca de vinte funcionários da Empresa de Tecnologia e Informação da Previdência Social (Dataprev) protestaram hoje (30) em São Paulo contra o "sucateamento" da empresa, que presta serviços ao Ministério da Previdência Social. A manifestação ficou concentrada em frente ao prédio do INSS, na região central da cidade.

Rodolfo Machado, um dos líderes da categoria, afirmou que os problemas registrados este mês no sistema informatizado do INSS seria um desmonte proposital da infra-estrutura da empresa que existe há 30 anos. Segundo ele, a Dataprev vem sofrendo um desgaste desde o governo do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello. "Pode ser um movimento intencional para levar à privatização dos serviços", afirmou.

Ainda de acordo com Rodolfo, o governo federal teria repassado este ano cerca de R$ 5 milhões, de um total de R$ 35 milhões previstos no orçamento. A empresa já teria uma fatura acumulada de R$ 150 milhões a receber do ministério da Previdência. Ele afirma que alguns equipamentos trabalham no limite, o que pode comprometer o processamento de informações da maior folha de pagamento da América Latina. São 22 milhões de beneficiários e os serviços são realizados por cerca de 3 mil funcionários em todo o país, dos quais 258 atuam em São Paulo.

Duranto o ato, os manifestantes divulgaram uma carta assinada por diversas entidades: Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares (Fenadados), Associação Nacional dos Empregados da Dataprev (Aned), Associação dos Empregados da Dataprev-SP (AED/SP), Organização por Local de Trabalho da Dataprev SP (OLT/SP), Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Empregados das Empresas de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (SINDP/SP).