Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um balanço parcial sobre demissões no setor privado divulgado nesta terça-feira durante plenária realizada pela Confederação Nacional dos Bancários (CNB), na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, mostrou que as dispensas este ano serão maiores que as ocorridas no ano passado. Segundo dados de federações estaduais, de janeiro a outubro deste ano, cerca de 10 mil pessoas foram demitidas em todo o país. Em 2003 foram cerca de nove mil. Os bancos que mais demitiram, de acordo com a CNB, foram Bradesco, Unibanco, ABN Amro-Real, HSBC e Itaú.
De acordo com as federações, cerca de 90% das demissões ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Paraná. A partir desses números a CNB, que é filiada a Central Única dos Trabalhadores, estuda a possibilidade de realizar uma campanha nacional contra as demissões.
Entre as propostas apresentadas durante o encontro de hoje, e que serão avaliadas amanhã, no segundo e último dia da plenária, os dirigentes sindicais estão a convocação de paralisação de um dia nas agências bancárias e a criação de cartazes informando as demissões. Outro ponto apresentado prevê discutir com a sociedade as taxas e tarifas bancárias.
Na avaliação de Wagner Freitas, presidente da CNB, os bancos estão demitindo por conta de ajustes, principalmente após o acordo salarial firmado. "Não tenho dúvida de que alguns bancos entenderam que o acordo salarial foi alto demais e podem querer corrigir acertando a curva salarial demitindo pessoas", declarou.
Segundo ele, a plenária que está sendo realizada após o desfecho da campanha salarial objetiva impedir que novas demissões ocorram "sem uma reação da categoria". Ele adiantou que a discussão será levada ao governo, sociedade e poder público. "Não vamos aceitar que seja reduzida ainda mais a categoria", advertiu.