Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Todos os projetos científicos desenvolvidos no âmbito do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA), em instituições de pesquisa brasileiras e estrangeiras, têm até 2007 para integrar a base de dados do programa, o LBA-DIS. A sigla em inglês significa sistema de banco de dados, Data Information System, cujo conteúdo estará disponível não só para pesquisadores do próprio projeto, como também para os tomadores de decisão. Brasília sediou até ontem (29), a 3ª Conferência Científica do LBA, onde foram expostos os resultados de cerca de 800 trabalhos do experimento.
"Isso é praticamente inédito, um programa da extensão do LBA, oferecer todos os dados publicamente a quem quer que seja", observou Flávio Luizão, coordenador-regional do LBA, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Ele citou como exemplo o projeto Geoma, de iniciativa do ministério da Ciência e Tecnologia, que é uma rede de pesquisa sócio-ambiental que precisa dos dados gerados pelo Inpa, pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Para Luizão, essa será a "fase de ouro" do LBA. "Costumo dizer que o projeto teve sua fase inicial, com a instalação dos projetos e coleta dos primeiros dados. Agora, o LBA vive a fase de consolidação e, com tantos dados coletados, com tanta informação, viverá um terceiro estágio que é o da integração dessas informações. E aí, sim, teremos a dimensão da importância do LBA", explicou.
A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) já aprovou os recursos para financiar o estágio de integração de dados. "São tantos dados acumulados, que não tivemos tempo de analisar as informações geradas", completou.
Ima Vieira, do MPEG e membro do Comitê Científico Internacional do LBA, lembrou que nunca havia tido na Amazônia estudos sobre os efeitos da floresta no clima, a influência do clima na floresta, a troca de nutrientes, emissões de carbono, física do clima, como os projetos do LBA têm proporcionado. "Institutos como o Inpa, a Embrapa e o Emílio Goeldi têm dados, por exemplo, sobre a biodiversidade da Amazônia, a hidrologia, os recursos pesqueiros, agricultura, mas com a temática do clima é a primeira vez", afirmou.