OIT: Brasil é o país com maiores avanços na luta contra trabalho infantil

09/07/2004 - 13h23

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Brasil é o país que apresenta os projetos mais eficazes e os melhores resultados dos últimos anos na luta pela erradicação do trabalho infantil. A afirmação foi feita hoje pelo coordenador de projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Renato Mendes, durante solenidade no Palácio Guanabara, no Rio. Na solenidade, a governadora Rosinha Matheus recebeu a Caravana Nacional pela Erradicação do Trabalho Infantil e assinou termo de compromisso para o combate a esse tipo de atividade no estado. O termo já foi firmado por mais quatro estados: São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

Renato Mendes informou que nos últimos dez anos, o governo brasileiro conseguiu reduzir em 30% o número de crianças no mercado de trabalho. Para o coordenador da OIT, o governo federal, além de estar comprometido com a implementação das convenções da organização, demonstra o seu compromisso político para implementar essas convenções no Brasil.

Segundo o coordenador, apesar da grande conquista do Brasil nos últimos 10 anos, quando reduziu de 8 para 3 milhões o contingente de crianças trabalhando, ainda há muito o que fazer. "Apesar da grande conquista do Brasil nestes últimos dez anos, de reduzir em 30% o número de crianças trabalhando – o único país a conseguir esta meta – ainda temos 3 milhões de menores no trabalho, na faixa entre 5 e 15 anos. Isto significa que caravanas como essa necessitam ser feitas com certa freqüência, a fim de mobilizar a opinião pública, o poder público e a sociedade para que não esqueça este compromisso, porque ainda existem três milhões de crianças precisando deste apoio", afirmou.

Renato Mendes disse ainda que, por meio do Departamento de Cooperação Técnica da OIT, o Brasil está apoiando países do Mercosul e alguns da América Latina e da África, em busca da erradicação do trabalho infantil, e na utilização da redução das taxas de analfabetismo como prevenção e forma de repressão a esse trabalho.

"Existem setores mundiais onde a situação é muito grave. Na Ásia e na África – onde não existem dados estatísticos – a situação é muito mais grave do que nos países latino-americanos. São crianças que estão sendo recrutadas nos conflitos armados, no tráfico de drogas – e aí entra também o Rio de Janeiro. Estamos tentando fazer alguma coisa também junto a esses países".
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GA