São Paulo, 15/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - A troca de experiências em políticas públicas para a juventude reúne, até sábado, gestores e especialistas de diferentes países, representantes de organizações não-governamentais, de instituições internacionais e de entidades, movimentos ou plataformas juvenis. O debate, proposto pelo Instituto Cidadania no Seminário Internacional do Projeto Juventude, pretende levantar elementos para a construção de um projeto nacional de políticas públicas para os jovens brasileiros.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/2001) apontam que 33 milhões de brasileiros – aproximadamente 20% da população do país – têm entre 15 e 24 anos. Desse total, cerca de 3,7 milhões de jovens estão sem trabalho, representando 47% do total de desempregados no Brasil. Metade dos jovens brasileiros não estudam.
Neste contexto, a Juventude foi eleita como objeto central de trabalho, debates e estudos do Instituto Cidadania em 2003 e 2004. Na abertura do seminário, o ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da República, sintetizou a importância do encontro internacional: "Este seminário vem coroar um processo muito importante de análise dos problemas, dos desafios e das oportunidades concretas que existem no país para a juventude, um processo de debate e de articulação social envolvendo toda uma rede de instituições e pessoas que se dedicam á questão juvenil. Este seminário representa o novo patamar que a questão juvenil está atingindo no Brasil".
Dulci lembrou que durante grande parte da história do país a administração pública não reconhecia a singularidade da questão juvenil e, por isto, não havia políticas públicas específicas para a juventude. "Nos últimos anos, graças sobretudo ao esforço dos próprios jovens, este patamar de abordagem de ação prática está mudando", afirmou o ministro, designado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para coordenar um grupo interministerial para o Projeto Juventude.
No Brasil de hoje, enfatizou Dulci, é inadmissível que um governo, em qualquer nível, não busque diagnósticos e políticas específicas para a juventude. O ministro revelou que ainda neste mês o grupo interministerial pretende apresentar um diagnóstico ao presidente Lula. "Os resultados deste seminário serão muito úteis para todos nós, será uma contribuição muito relevante para o salto de qualidade na construção de políticas públicas para a juventude no país."
Participaram da solenidade de abertura do seminário a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy; o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein; do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud/Brasil), Carlos Lopes; o secretário de Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo, Lars Grael; e o diretor administrativo do Instituto Cidadania, Pedro Paulo Martoni Branco.