Rio, 15/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está aguardando a aprovação pelo Congresso da Medida Provisória 177, que introduz aperfeiçoamentos, ajustes e algumas modificações no Fundo de Marinha Mercante, para encaminhar aos Ministérios do Desenvolvimento e do Planejamento proposta de um novo mecanismo para financiar navios. A informação é do presidente do banco, Carlos Lessa.

O BNDES quer diferenciar o papel do operador daquele exercido pelos donos de navios, para que o Brasil entre no competitivo mercado de "leasing" (aluguel) de embarcações. Lessa está convencido de que isso pode ser uma coisa excepcional para a indústria naval. Segundo ele, nos próximos dois anos, o Brasil vai ser um importante produtor e exportador de navios. Inicialmente, as embarcações serão aquelas ligados à cadeia de petróleo e, na etapa seguinte, também seriam fabricados navios de carga geral, ou navios mercantes. "O Brasil pode, em poucos anos, vir a ser o maior produtor naval do mundo. Nós temos tudo para isso", garantiu.

A idéia é fornecer à indústria naval as condições financeiras válidas para o setor aeronáutico, que dispõe de um fundo no mercado externo para compra e leasing de aviões, do qual participa a Embraer.

A disposição da Transpetro de construir 22 navios petroleiros e, posteriormente, mais 39 embarcações, levará o país a fabricar petroleiros em série, estimou Lessa, lembrando que, no setor da construção naval, "quanto mais faz, mais os custos vão baixando". A meta do BNDES é dar condições à indústria naval brasileira de retomar a posição que detinha nas décadas de 70 e 80, de segunda maior produtora mundial.