Acordo entre Mercosul e Comunidade Andina deve ser protocolado até final do mês, prevê Amorim

05/04/2004 - 18h57

Rio, 5//4/2004 (Agência Brasil - ABr) – O acordo fechado entre o Mercosul e a Comunidade Andina deve ser protocolado, isto é, ter os detalhes técnicos concluídos até o final do mês. A previsão é do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

O ministro revelou que os sócios do Mercosul entraram nessa negociação com a concepção de que existe uma certa assimetria de situações. Com a Colômbia e o Equador, por exemplo, o Brasil tem superávits comerciais expressivos em termos relativos. A grosso modo, Amorim afirmou que as exportações brasileiras para a Colômbia totalizam mais de US$ 700 milhões, contra menos de US$ 100 milhões de importações. Com o Equador, as exportações do Brasil chegam a U$350 milhões, contra importações de US$ 30 milhões. No caso do Peru, a diferença não é tão brutal, mas a relação é de 2 para 1 ou de 3 para 1.

Amorim disse que por essa razão é preciso reconhecer que existe um certo diferencial. Quando os prazos de transição vencerem, as condições de negociação serão iguais para todos, afirmou. O Brasil e o Mercosul compreenderam as situações dos países andinos de maneira diferenciada, até porque a situação do Paraguai e do Uruguai é diferente da do Brasil e da Argentina. "Houve o reconhecimento de que as economias de maior peso tinham também maior responsabilidade".

O acordo cobre todos os produtos, com algumas exceções, que têm prazos para serem abolidas. Com esses países, entre 70% a 80% das exportações brasileiras são manufaturas, englobando muitas máquinas agrícolas, o que dá ao comércio um potencial de dinamismo muito grande, informou o ministro.