São Paulo, 20/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - A população de São Paulo pode ter dificuldades de locomoção amanhã, com a greve que os metroviários ameaçam fazer. A categoria decidiu paralisar as atividades por 24 horas, a partir da zero hora de amanhã, dependendo do resultado da reunião de conciliação, nesta tarde, na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), entre os representantes da categoria e do Metrô.
Os 7,5 mil metroviários estão protestando contra a demissão de 350 empregados. Às 18h30, a assembléia da categoria decide se os trabalhadores param. Se os trens não circularem, cerca de 2,5 milhões de passageiros - média diária registrada nas catracas do Metrô - ficarão sem transporte.
A empresa informou que os demitidos são todos aposentados e a decisão de afastá-los foi tomada para enxugar a folha de pagamento, que atinge cerca de 80% da receita da companhia. Rebatendo o argumento, o presidente do Sindicato dos Metroviários, Flávio Godoy, alertou que a política de enxugar as despesas com corte de pessoal pode implicar riscos de acidentes.
Godoy informou que o Metrô começou a demitir logo depois de ter conquistado um prêmio de qualidade de prestação de serviços públicos, em setembro do ano passado. No mês de outubro, o sindicato entrou com recurso junto ao TRT, pedindo a revisão do processo demissionário.
O número de empregados caiu para menos de 7.500 e a faixa de atendimento à população aumentou, com a entrega da linha 5 do Metrô, ligando o bairro de Capão Redondo, ao Largo 13 de Maio, na Zona sul da capital.