Da Agência Brasil
Brasília - Começa hoje (23) em Brasília o 2º Encontro Técnico de Segurança Pública para a Copa do Mundo. Durante o encontro, que será realizado até quinta-feira (25), será apresentado o Plano Estratégico das Ações de Segurança para a Copa de 2014, desenvolvido pelo governo federal em parceria com as forças de segurança estaduais e municipais.
O secretário executivo do Ministério da Justiça, Rafael Favetti, o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, e representantes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) participam da abertura do evento, agora de manhã, no Hotel Saint Peter.
Também estarão presentes nas discussões representantes das polícias Civil, Militar, do Corpo de Bombeiros e das guardas municipais das 12 cidades-sede do mundial, além de policiais federais, rodoviários federais e profissionais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Edição: Graça Adjuto
Da Agência Brasil
Brasília - O Relatório Global sobre a Epidemia de Aids 2010 será lançado mundialmente hoje (23). Elaborado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), o documento traz, entre outras informações, números inéditos quanto às novas infecções e mortes pela doença em todo o mundo e aos diferentes perfis das pessoas que vivem com o HIV.
O relatório aborda também questões como o acesso dos jovens à informação sobre o HIV; a relação entre a tuberculose e a aids; o número de pessoas infectadas que não conhecem seu status sorológico e o crescimento da epidemia entre as mulheres.
No Brasil, o lançamento será às 10h30, em Brasília, e será feito pelo coordenador do Unaids no país, Pedro Chequer. O evento contará também com a presença do diretor do Programa de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco. Logo após o lançamento, os dois darão entrevista coletiva.
Edição: Graça Adjuto
Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras e a empresa Camargo Correa iniciam hoje (23) a construção do Sistema Integrado de Transporte de Etanol. O primeiro trecho do Etanolduto vai ligar, em São Paulo, Ribeirão Preto a Paulínia. A solenidade que marcará o início das obras terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
O presidente da PMCC (empresa composta pela Petrobras e a Camargo Correa e responsável pelo Etanolduto), Alberto Guimarães, adiantou, por telefone, à Agência Brasil, que a expectativa quando o sistema entrar em funcionamento é que haja uma redução no preço do etanol, pois a indústria terá capacidade de transferir parte de sua economia para o mercado consumidor.
“Isso é uma coisa que posso dar como desejo, mas não posso garantir que vai acontecer. Mas, é natural que seja, porque num mercado altamente competitivo como esse é natural que rapidamente alguns atores comecem a transferir essa economia para o público até que tudo vá para o mercado”, avaliou.
O projeto, que tem investimentos de R$ 5 bilhões, é pioneiro no país e depois de pronto vai atravessar 45 municípios, ligando as principais regiões produtores de etanol nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, à Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo.
De acordo com a Petrobras, o sistema integrado vai se estender, em uma segunda fase, por uma malha de dutos até Barueri e Guarulhos, na Grande São Paulo, e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A partir desses terminais, o etanol será levado diretamente aos postos de combustíveis por meio de transporte rodoviário de curta distância.
Segundo Guimarães, o primeiro trecho do Sistema Integrado de Transporte do Etanol deve estar concluído até julho de 2012. Os módulos seguintes, de Uberaba para Ribeirão Preto e das margens do Rio Tietê a Paulínia, terão as obras iniciadas antes da conclusão do primeiro trecho.
Edição: Graça Adjuto
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A construção de usinas nucleares pelo governo brasileiro nos próximos 15 anos deve movimentar cerca de R$ 40 bilhões no período e dar impulso ao segmento. A previsão é da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem), que apresentará hoje (23), durante o 1º Encontro de Negócios de Energia Nuclear, em São Paulo, possibilidades de investimentos no setor, que poderá gerar cerca de 50 mil empregos.
No evento, a Cnem divulgará um estudo inédito com as demandas do Programa Nuclear Brasileiro. O documento avaliou a necessidade de serviços, insumos e matérias-primas para a conclusão da Usina Angra 3 e a construção de mais quatro unidades até 2025. Desde a necessidade de formação profissional, a lista inclui a produção de equipamentos tecnológicos, componentes eletromecânicos e peças que serão usadas nos ciclos do combustível nuclear.
De acordo com o coordenador-geral de Planejamento e Avaliação da Cnem, Francisco Rondinelli Júnior, para a construção de Angra 3, que está em andamento e deve ter todos os materiais e serviços licitados em cerca de um ano e meio, há a estimativa de que 70% do fornecimento sejam nacionais. Com a exposição das demandas do programa, o objetivo é ampliar esse percentual na construção das demais usinas, adequando e qualificando o setor.
"Apesar da descontinuidade do programa nuclear, que constrói usinas nucleares num intervalo muito grande e acaba desmobilizando o setor industrial, existe o fato de a indústria do petróleo no país estar produzindo insumos comuns. Existe um parque industrial que atende ao segmento de petróleo e gás que está bem próximo do que exigimos. Alguns itens precisarão de certificação, mas nem todos, portanto existe uma capacidade", afirmou.
Em relação ao domínio da produção do urânio, combustível das usinas nucleares, o coordenador explicou que o país detém a tecnologia, mas precisa ampliá-la para escala industrial. Dessa maneira, destacou que os negócios poderão também se expandir em países com os quais o Brasil mantém acordos de cooperação na América Latina, como a Argentina. "Apesar de as usinas serem diferentes, outros países também falam em energia nuclear, como o Chile", acrescentou.
O 1º Encontro de Negócios de Energia Nuclear será realizado na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, e também abordará investimentos em energia nuclear nas áreas de saúde a agricultura. O encontro será encerrado hoje.
Edição: Graça Adjuto
Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Mais dois carros foram incendiados por volta das 22h de ontem (22) na Rodovia Presidente Dutra (que liga o Rio a São Paulo), na altura do bairro da Pavuna. O ataque não deixou feridos e ocorreu como das vezes anteriores: os ocupantes são obrigados a descer do carro e, em seguida, o veículo é incendiado. Os criminosos estão sempre bem armados, usando armas de guerra, como fuzis automáticos e pistolas de alta precisão.
Hoje (23), por volta das 5h, mais três veículos foram incendiados perto do mesmo local, na saída da Via Dutra para a Avenida Brasil. Dois carros de passeio e um utilitário destinado ao transporte de passageiros foram incendiados por um grupo armado.
Os homens agiram rápido e a ação durou menos de cinco minutos, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, responsável pelo patrulhamento na rodovia.
Também nessa noite, vários homens passaram de carro e metralharam a cabine da Polícia Militar instalada na Avenida Dom Hélder Câmara, na altura do bairro de Del Castilho, na zona norte da cidade. Nenhum policial saiu ferido no ataque.
Para enfrentar a onda de ações do crime organizado, a Polícia Militar anunciou o aumento do policiamento ostensivo nas ruas do Rio, o uso de motociclistas para auxiliar no patrulhamento e a intensificação de operações nos morros e favelas da cidade, seguindo levantamento feito pelo setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública. Outra medida anunciada é a transferência de líderes de facções criminosas do Rio para presídios federais de segurança máxima fora do estado.
Edição: Graça Adjuto
Vitor Abdala
Enviado Especial
Porto Príncipe - Nem a epidemia de cólera, nem os riscos de confrontos com manifestantes nas ruas de Porto Príncipe são maiores do que a saudade de casa para os militares brasileiros que participam da missão de paz no Haiti. É o que pensa o major Alexandre Ravanello, de Palmas (TO), integrante do 2º Batalhão de Infantaria do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), que está há 280 dias no país.
O retorno definitivo para o Brasil está marcado para o fim de fevereiro do ano que vem, mas ele aproveita as folgas na missão para rever a família. Nesses nove meses, esteve três vezes no Brasil. Antes do fim da missão, ainda se encontrará com a esposa e o filho de 9 anos em dezembro.
“Geralmente, a gente conta os dias. Faltam cerca de cinco semanas para eu revê-los novamente. Agora, na fase final da missão, o principal desafio é controlar a ansiedade de ir embora. Existem estudos que mostram que, nessa fase da missão, começa a diminuir a motivação”, disse Ravanello.
O subtenente Antônio Cesar Garcia, de 45 anos, chegou junto com o major Ravanello, com a missão de instalar o 2º Batalhão de Infantaria do Brasil na Minustah (Brabatt 2) semanas depois do terremoto que atingiu o Haiti em janeiro.
Além da saudade da mulher e do filho de 14 anos, o militar teve uma grande surpresa no período em que ficou fora de casa. Sua filha, de 17 anos, ganhou uma bolsa de estudos para estudar medicina na Rússia. “Foi um processo muito rápido. Quando me dei conta aqui no Haiti, ela já estava embarcando para Moscou, onde está agora cursando medicina, feliz da vida. Só que no processo, até ela ir, fiquei um pouco apreensivo”, conta Cesar, que já foi ao Brasil duas vezes.
Antes de retornar de vez ao Brasil, também no fim de fevereiro, espera ver a mulher e o filho no Natal, no país vizinho da República Dominicana. “Pena que a menina não vem. Só vou encontrá-la daqui a um ano”, disse o subtenente, que também encontra dificuldade em viver quase confinado à base militar, no Campo Charlie, em Porto Príncipe.
O sargento Edmilson de Souza Bravo, de 38 anos, que chegou ao Haiti em setembro deste ano para uma missão de seis meses, utiliza a internet para matar a saudade da mulher e dos dois filhos. “Sinto muita saudade da família, mas hoje, com os meios de comunicação, amenizo essa saudade no Skype, no MSN, no Voip e por telefone mesmo. Mas, a saudade é grande”, conta o militar, que ainda não voltou ao Brasil, mas espera poder embarcar no dia 9 de dezembro para passar 20 dias com a família.
O tenente Paulo Comunale, que trabalha como tradutor de francês da tropa, está apenas no início de uma longa missão, já que chegou no dia 22 agosto e só retorna definitivamente para o Brasil em setembro de 2011. “A gente vai suprindo da maneira como pode, por meio da internet e do telefone, mas nada supre o contato do dia a dia com a nossa família”, afirma.
A força de paz do Brasil no Haiti é composta por cerca de 2 mil homens, a maioria militares do Exército e fuzileiros navais.
Edição: Graça Adjuto
Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Em reconhecimento às boas práticas e aos esforços das empresas e personalidades que contribuíram para o aumento das exportações brasileiras ou para atrair investimentos estrangeiros ao país, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) premiou, na noite dessa segunda-feira (22), as melhores iniciativas de comércio exterior desenvolvidas no ano passado.
A cerimônia de entrega dos troféus da 3ª edição do Prêmio Apex-Brasil lotou o Teatro Alfa, na zona sul de São Paulo, e contou com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Representantes de 100 entidades setoriais, empresas, tradings companies e estados, além de jornalistas, disputaram o reconhecimento em uma das 12 categorias.
Entre as empresas, a Natura ficou com o prêmio pela melhor ação de fortalecimento internacional da marca. Já a Surya Brasil, que também atua no setor de cosméticos, foi reconhecida por promover ações de responsabilidade social que, de alguma forma, resultaram em impactos positivos para a venda de seus produtos no exterior. A JBS S.A. obteve destaque por sua internacionalização, enquanto a General Electric foi a empresa que mais atraiu investimentos externos para o país.
Na categoria entidades representativas, a Associação Brasileira de Produtores Independentes de TV (ABPI-TV) venceu na subcategoria Ação de Promoção Comercial Diferenciada. O Instituto Nacional do Plástico (INP) levou o troféu e o certificado de reconhecimento por suas iniciativas de inserção da empresa no esforço exportador. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) ganhou por inteligência comercial.
A Apex-Brasil também premiou as empresas que mais aumentaram suas exportações: na modalidade micro e pequena empresa, a Nutrisempre Laboratórios de Produtos Naturais, que exporta principalmente mel, foi a vencedora. Na modalidade média empresa, venceu a Arezzo Calçados, enquanto na categoria grande empresa, o reconhecimento foi para a Braskem.
Na área de abertura de mercados, a Apex-Brasil premiou a Loktal Medical (micro e pequena empresa), a Olsen (média) e a Itaiquara (grande). A empresa First S.A. foi a vencedora na categoria trading, enquanto os estados de Mato Grosso e do Piauí se destacaram graças, em parte, a iniciativas para estimular maior variedade de produtos a serem exportados.
Na categoria jornalismo, a repórter do jornal Brasil Econômico, Simone Cavalcanti, recebeu um prêmio por suas reportagens mostrando a importância de o país diversificar não apenas a relação de produtos que vende para outros mercados consumidores, mas também a de países compradores.
Ainda durante a cerimônia, o presidente da Apex-Brasil, Alessandro Teixeira, disse que os resultados favoráveis atingidos pelas exportações brasileiras são a demonstração inequívoca de que o país vive um momento histórico.
"A capacidade de inovação [de produção e de divulgação de seus produtos] começa a chegar a várias empresas, às grandes e às micro. Hoje, sem dúvida alguma, podemos dizer que temos uma identidade em diferentes segmentos e setores e podemos olhar de cabeça erguida quando falamos do Brasil no exterior", declarou Teixeira.
Prestes a viajar para o Oriente Médio, o ministro Miguel Jorge classificou os empresários presentes à cerimônia como "mascates" que ajudam a consolidar a imagem do país no exterior. A comissão que elegeu os vencedores do prêmio foi escolhida pela própria Apex. Uma das últimas categorias a ser anunciada foi a dos estados que mais estimularam as exportações: o Mato Grosso e o Piauí.
Edição: Graça Adjuto//Matéria alterada para correção de informações
Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África
Maputo - As eleições para o novo Parlamento de Cabo Verde estão marcadas para o dia 6 de fevereiro do ano que vem e as eleições presidenciais devem ocorrer seis meses depois. O anúncio foi feito pelo presidente Pedro Pires, depois de ouvir todos os partidos políticos e reunir-se com o Conselho da República.
Pires disse que não seria bom que a campanha fosse muito longa, gerando “maiores ansiedades”. Segundo o presidente, país pequeno e de economia aberta ao exterior, Cabo Verde tem “a obrigação de garantir a confiança” das instituições, dos parceiros e investidores externos.
A marcação da data das eleições cabo-verdianas, como em vários outros países africanos, cabe ao presidente da República. As últimas eleições foram realizadas em janeiro de 2006. No Brasil, por exemplo, ela é estipulada na Constituição Federal (no primeiro domingo de outubro, a cada quatro anos).
Alguns partidos, como a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (Ucid), queria que as eleições ocorressem em 27 de março, depois do carnaval (8 de março). O partido do presidente - Partido Africano da Independência de Cabo Verde (Paicv) - não anunciou a preferência. O Movimento para a Democracia (MpD) preferia o pleito no fim de fevereiro, para que o recenseamento no exterior pudesse durar mais tempo.
País formado por pequenas ilhas no Oceano Atlântico, Cabo Verde tem mais da metade de seus cidadãos morando no exterior, principalmente nos Estados Unidos, em Portugal, na Holanda, em Angola, no Senegal e Brasil. Estima-se que, hoje em dia, sejam 500 mil cabo-verdianos morando no país e um número ainda maior vivendo fora. O recenseamento eleitoral já começou em vários países. Em alguns, como Bélgica, está atrasado.
No ano passado, o fenômeno inverso também foi marcante: a chegada de novos habitantes estrangeiros ao país cresceu 20%, totalizando 12 mil pessoas, a maioria procedente da Guiné-Bissau.
Sem recursos minerais ou grandes terras para a agricultura, Cabo Verde depende muito do turismo. No ano passado, uma crise no setor trouxe fortes impactos. Também houve queda significativa no investimento estrangeiro direto.
Neste ano, as receitas fiscais também devem ser menores do que em 2008. O governo cortou 18 milhões de euros nas despesas. Na semana passada, a União Europeia aprovou um financiamento de metade desse valor.
Edição: Graça Adjuto
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Ao receber homenagem da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nessa segunda-feira (22) à noite, que cabem críticas à colonização que Portugal fez no Brasil. Ressaltou, no entanto, que a cultura de paz dos brasileiros foi aprendida com os portugueses.
“Obviamente que a gente olha a colonização do Brasil e compara com a colonização de qualquer país do mundo, e a gente pode ter alguma crítica a Portugal. Mas a gente tem que dizer, foi com os portugueses que aprendemos a fazer tudo que fizemos em paz”, disse o presidente em cerimônia de comemoração dos 98 anos da câmara portuguesa, em São Paulo.
“Fazer independência sem ter uma guerra, fazer independência em um acordo proposto pelo próprio imperador não é para qualquer um, é só para um bom português. E acho que isso permeou a consciência do povo brasileiro”, afirmou Lula.
O presidente fez ainda um balanço dos investimentos entre os dois países nos últimos oito anos. Lula lembrou que a língua portuguesa pode representar uma porta de entrada tanto para o Brasil na Europa, por meio de Portugal, quanto para os portugueses acessarem os mercados da América Latina, por meio do Brasil.
Edição: Graça Adjuto
Gilberto Costa
Enviado Especial da Agência Brasil
Campo Grande (MS) – Após obter a federalização do processo que apura a morte do advogado Manoel Mattos (morto no interior da Paraíba em janeiro 2009), a Procuradoria-Geral da República vai entrar com um pedido de deslocamento de competência dos inquéritos e processos arquivados sobre seis crimes envolvendo nove homicídios e quatro tentativas de homicídio em Santos, em maio de 2006. Caso que ficou conhecido como Crimes de Maio.
A informação é da vice-procuradora-geral da República, Déborah Duprat, que participou da reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) ocorrida na tarde de hoje (22), em Campo Grande (MS).
O estado de Mato Grosso do Sul tem seis áreas em processo de demarcação para 45 mil indígenas, entre eles três mil acampados em beira de estrada. O clima é de grande tensão entre índios e fazendeiros, que plantam soja, cana-de-açúcar e tem pecuária de corte. Por causa da disputa de terra, muitos fazendeiros e empresas de agronegócio tentam paralisar na Justiça o andamento da demarcação.
A situação dos indígenas na região foi mais uma vez relatada no CDDPH, desta vez com a participação dos próprios indígenas que reclamaram da decisão da Justiça em interromper o processo de demarcação. Além da disputa de terras e da apuração federal sobre os crimes ocorridos em Santos (SP), também foi apresentado o relatório sobre a situação das pessoas atingidas por barragens.
Campo Grande foi escolhida para a reunião do CDDPH porque também está sediando o encontro nacional de procuradores da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. Os procuradores atuam na área de direitos indígenas e minorias.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse, antes de ir para a abertura do seminário, que, em 15 dias, será anunciada a decisão sobre a participação do Ministério Público Federal (e da Polícia Federal) nas investigações sobre as denúncias de um esquema de corrupção envolvendo os três poderes no estado. O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, inclusive já foi denunciado pelo MPF, acusado de enriquecimento ilícito.
Edição: Aécio Amado