Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao completar três anos de implantação, o sistema nipo-brasileiro de TV digital já está atendendo a mais de 89 milhões de brasileiros em 425 municípios, incluindo todas as capitais do país, de acordo com o Ministério das Comunicações.
Nos primórdios da implantação do sistema, o grande desafio foi tornar o aparelho de conversão do sinal analógico para o digital (decodificador ou setup box) mais barato e acessível às camadas mais pobres da população. De acordo com o analista de infraestrutura do Ministério das Comunicações Otávio Caixeta, a pasta desenvolveu políticas junto com o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) para que a indústria nacional oferecesse aparelhos de TV com mais de 32 polegadas já preparados para receber o sinal digital (com decodificador embutido).
A partir de janeiro de 2011, o decodificador fará parte de todos os modelos novos a partir de 26 polegadas. A previsão é que, em 2012, todas as TVs com telas de plasma, cristal líquido (LCD, na sigla em inglês) ou diodo emissor de luz (LED, na sigla em inglês) à venda no mercado já venham equipadas com o sistema de conversão, disse o analista.
Uma das novidades, o sistema Ginga, é uma tecnologia de conversão que permite ao usuário interagir com a programação da emissora de TV. O decodificador com tecnologia Ginga foi desenvolvido aqui no Brasil para viabilizar a interatividade e já está equipando os aparelhos mais novos.
A TV digital permite que os telespectadores tenham acesso a serviços só disponíveis na internet, o que faz do aparelho de TV uma alternativa ao computador, pois "a disponibilidade de computadores nas casas mais pobres deve levar ainda mais de uma década", disse o analista.
Atualmente, já é possível ao público que recebe o sinal da TV digital acessar alguns serviços bancários, sociais, previdenciários, de saúde e de educação, dentro dos recursos de interatividade do sistema. Para Otávio Caixeta, "há engajamento das emissoras em todo o país para adoção da TV de alta definição que, apesar disso, ainda tem um caminho extenso a percorrer".
A oferta de recursos de interatividade pelas emissoras deverá ser obrigatória no futuro, previu o técnico. Será possível, por exemplo, fazer transferências de dinheiro de contas bancárias, pagamentos e compras; participar de enquetes e pesquisas; acessar serviços públicos, como agendamento de consultas médicas; e navegar na internet. Caixeta prevê que o sistema analógico ainda deverá permanecer durante muito tempo, até que a migração total seja feita. A tendência é que os preços dos receptores de TV continuem caindo, em função da escala de produção das indústrias, que não para de crescer.
Edição: Vinicius Doria
Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Policiais militares do Batalhão Florestal e do Meio Ambiente apreenderam hoje (2) cerca de 1,2 tonelada de sardinha no Mercado São Pedro, em Niterói, que funciona como entreposto pesqueiro no Rio de Janeiro. A pesca da sardinha está proibida até 15 de fevereiro, quando termina o período de reprodução da espécie. Os policiais chegaram até a mercadoria após uma denúncia anônima e, segundo eles, os responsáveis pelo pescado, que estava acondicionado em 30 caixas, fugiram.
Por determinação do governo do estado, a sardinha apreendida foi distribuída para moradores da Favela da Grota, no Complexo do Alemão, na Penha.
Desde o último domingo (27), as favelas do Alemão são alvo de uma grande operação das polícias civil e militar com o apoio das Forças Armadas, em resposta a uma série de ataques criminosos que se desencadeou na cidade na semana passada.
Pela manhã, policiais do Batalhão Florestal iniciaram uma operação na Gávea Pequena, na Floresta da Tijuca, para localizar traficantes que fugiram do Complexo do Alemão. Os policiais disseram que há indícios de que um grupo de bandidos se escondeu na mata. Ontem (1º) vários homens invadiram uma casa na estrada da Vista Chinesa e fizeram uma família refém. Um dos moradores conseguiu telefonar para a polícia, mas os bandidos fugiram antes que os policiais chegassem.
Ainda hoje seis traficantes do Complexo do Alemão presos no local pelas forças de segurança, serão transferidos para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. A Justiça Federal autorizou a transferência na noite de ontem (1º). Na decisão, o juiz Nivaldo Brunoni considerou que “os presos são de alta periculosidade, comandam facções criminosas no Rio de Janeiro e estão envolvidos em atentados ocorridos na cidade”.
Edição: Juliana Andrade
Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina
Buenos Aires – O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, reconheceu hoje (2) que se precipitou ao anunciar o nome do secretário de Saúde do estado, Sérgio Côrtes, como futuro ministro no governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff. Cabral fez o anúncio na última terça-feira (30), mas ontem (1º) a presidenta eleita afirmou que não havia feito o convite oficial a Côrtes.
Cabral está na capital argentina para acompanhar a instalação da primeira Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas (UPA) na cidade, que tem como modelo as existentes no Rio de Janeiro.
O governador relatou que, em conversa com Dilma na segunda-feira (30), na Granja do Torto, em Brasília, ela manifestou o desejo de ter o secretário de Saúde em seu governo. “Mas eu me precipitei”, completou Cabral. “Eu errei por ter me empolgado, mas daí a formalizar um convite há uma diferença. Quem anuncia ministro é a presidente da República ou alguém delegado por ela. Eu cometi esse erro e peço desculpas por ele. Foi uma deselegância, já conversei com a presidente eleita por telefone e o episódio está superado.”
Cabral disse que acabou se precipitando por considerar Sérgio Côrtes o melhor técnico de saúde pública do Brasil. Perguntado se o episódio prejudicaria uma possível indicação do secretário para comandar o Ministério da Saúde, o governador afirmou que não falará mais sobre o assunto. “Ela [a presidenta eleita] não formalizou o convite. Essa é uma escolha técnica e ela mesma frisou que a saúde tem que entrar [no governo] num conceito técnico de gestão.”
Ele acrescentou que, apesar de ser um governador do PMDB, a negociação para a montagem do governo tem se ser comandada pelo vice-presidente eleito da República, Michel Temer, com os líderes no Senado e na Câmara.
Sobre a negociação de cargos para a gestão de Dilma, Cabral acredita que “tudo vai acabar muito bem”. “O vice-presidente eleito, Michel Temer, e a presidente eleita terão integração muito grande e essa integração PMDB-PT é importante para o país porque, no fundo, o que interessa são as políticas públicas. Daí o meu entusiasmo com o [Sérgio] Côrtes, quando me lembrei de que o Rio de Janeiro era um estado em que para se tirar uma tomografia o cidadão esperava semanas”.
De acordo com o governador, atualmente existem tomógrafos modernos em qualquer hospital público de emergência no Rio de Janeiro, assim como equipamentos para a realização de ressonância magnética.
Com relação à investigação do Ministério Público sobre a gestão de Côrtes, envolvendo acusação de superfaturamento em licitação da Secretaria de Saúde, Cabral disse que ao assumir o governo, em 2007, os instrumentos gerenciais disponíveis eram irrisórios, principalmente na área de saúde. “Hoje, menos de 5% das compras para o setor de saúde são feitas para a emergência. Isso é um padrão acima da média brasileira. A Secretaria de Saúde é a que mais compra por pregão eletrônico. Então, essas acusações são fruto de interesses contrariados. Nós contrariamos muitos interesses.”
O governador lembrou que qualquer administrador está sujeito a ter suas ações questionadas. No caso específico da Secretaria de Saúde, Sérgio Cabral disse que as ações do órgão são abertas e transparentes. “Se alguém fez uma denúncia, cabe ao Ministério Público apurar.”
Edição: Juliana Andrade
Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão de Licitação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não aceitou os argumentos de operadoras de telefonia e do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), que pediram a impugnação do edital de licitação da Banda H, que é a última faixa de frequência livre destinada à telefonia celular de terceira geração (3G).
A decisão foi publicada hoje (2) no site da agência. A Anatel sugeriu que os argumentos apresentados nos seis pedidos não fossem acolhidos.
O SindiTelebrasil e as operadoras pediram à Anatel a impugnação do edital de licitação, que está marcada para o dia 14 deste mês, por entender que a previsão do edital de priorizar as operadoras que ainda não têm licença para ofertar o serviço de 3G cria um entrave à oferta dos serviços de telecomunicações e inibe a expectativa de atendimento à crescente demanda pelo serviço.
No fim de novembro, a Justiça Federal no Distrito Federal concedeu uma liminar em favor do SindiTelebrasil, determinando que a Comissão de Licitação da Anatel analisasse o pedido de impugnação do edital da Banda H até hoje (2).
Edição: Nádia Franco
Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse hoje (2) que vai defender em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o veto à emenda que divide igualmente entre os estados os royalties de petróleo na camada pré-sal. Na matéria aprovada na noite de ontem (1º) na Câmara, os recursos serão divididos com base no Fundo de Participação dos Municípios e caberá à União compensar os estados produtores pelas perdas decorrentes da nova distribuição.
“Vou defender o veto e que se abra o debate na próxima legislatura. A emenda retira recursos do Fundo Social que iriam para educação, cultura, ciência e tecnologia e coloca nos gastos correntes dos estados”, disse.
Padilha alertou que a emenda altera contratos futuros, vindos do pré-sal, e também os já vigentes. “O pré-sal é uma poupança para gerações futuras.”
Para o ministro, caberá ao novo Congresso, que toma posse em fevereiro, construir um novo acordo sobre o assunto, que, segundo ele, deverá ser fruto de conversas entre governadores, prefeitos e parlamentares.
Edição: Talita Cavalcante
Da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, disse que o país não vai ser afetado negativamente com a decisão da Rússia de diminuir em quase 50% a oferta de cota para importação de carne suína para 2011. “A Rússia está em processo de afirmação da economia local, eles querem produzir lá. Mas nós teremos sempre um papel de protagonismo no mercado russo com a exportação de bovinos”, completou.
Rossi acredita que o comércio com a Rússia no setor pode aumentar devido à exportação de carne de frango e à alta competitividade. “A cota é menor, mas é livre e quando há liberdade ninguém ganha do Brasil. Vamos disputar e eu tenho confiança no taco do produtor brasileiro”, destacou.
A Rússia decidiu ontem (1º) pela diminuição da cota global de suínos de 470 mil toneladas para cerca de 250 mil.
Rossi falou sobre o assunto durante a cerimônia de inauguração da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroenergia, na capital federal. O novo centro terá quatro laboratórios temáticos: biologia energética, processamento e conversão de biomassa, tecnologias de coprodutos e gestão de conhecimento.
Edição: Juliana Andrade//A matéria foi ampliada.
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em reunião com a presidenta eleita, Dilma Rousseff, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, sugeriu que o futuro governo aproveite e estenda a outros estados a experiência adquirida pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC).
“Se olharmos o trabalho feito pelo MBC, que trabalhou praticamente em dez estados, há melhorias importantes. Precisamos ver onde, eventualmente, pode-se aproveitar essa experiência”, disse Gerdau hoje (2), ao deixar o Conjunto Cultural Banco Brasil (CCBB) - onde se reuniu com Dilma. “Conversamos sobre gestão e [em especial] sobre o que o MBC fez nos últimos anos em termos de aprimoramento de tecnologias de gestão”, disse o empresário.
Criado em 2001, o MBC é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que visa a contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, por meio do aumento da competitividade do país. Para isso, a entidade disponibiliza conceitos e ferramentas, além de mobilizar lideranças públicas e privadas em municípios e estados, para disseminarem conhecimentos relacionados à questão da competitividade, enquanto método de desenvolvimento do país.
“A base é montar um tipo de mecanismo que já existe no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], e estender isso a toda uma estratégia de governo. No fundo, [o objetivo] é criar mecanismos de aprimoramento de gestão dentro de obras de educação, saúde, enfim, em todas as áreas”, acrescentou.
“O mundo de hoje exige aprimoramento de tudo todos os dias”, completou, Gerdau, que negou ter sido convidado a ocupar qualquer cargo no governo.
Ontem, Gerdau participou do 5º Encontro Nacional da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, onde discutiu, com empresários, medidas necessárias para aumentar a competitividade brasileira. O encontro contou com a participação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.
Edição: Talita Cavalcante
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não confirmou hoje (2) informações veiculadas na imprensa de que ele foi escolhido para assumir o Ministério das Comunicações no governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff.
“Ouvi dizer que sim”, disse, após participar de plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). “Recebi uma ordem da Presidência e também da Dilma para tocar o trabalho até fim do ano, normalmente. Não mudou nada. Não conversei mais com a presidenta”, completou.
Paulo Bernardo afirmou, entretanto, estar “bem feliz” com a possibilidade de assumir o Ministério das Comunicações, atualmente comandado pelo PMDB.
Edição: Juliana Andrade
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os impactos da operação padrão, deflagrada à 0h de hoje (2) nos aeroportos brasileiros pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), em parceria com o dos aeronautas, só devem começar a ser sentidos pela população a partir de amanhã (3). A expectativa é da presidenta do SNA, Selma Balbino, que acredita que a mudança da rotina dos trabalhos deverá causar atrasos de até duas horas em voos com conexões, além de cancelamentos.
A categoria decidiu fazer a “operação de não colaboração” depois que a reunião com representantes do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), ontem (1º), para negociar os reajustes salariais terminou sem avanços.
De acordo com Selma Balbino, entre as reivindicações está o aumento de 30% nos pisos salariais e de 15% para as demais faixas; além de melhoria nas condições de trabalho.
“Os trabalhadores fazem horas extras excessivas, dobram suas jornadas, não conseguem tirar o horário de lanche de 15 minutos ou o horário integral de almoço. Durante a operação, eles não vão colaborar com nada e farão exatamente o que manda o manual, além de não aceitar mudanças repentinas de escala, o que vem acontecendo constantemente”, afirmou.
Segundo ela, a situação é agravada pela falta de profissionais, estimada em cerca de 2 mil trabalhadores apenas entre os aeronautas, categoria que inclui comissários, comandantes e pilotos. Os aeroviários são os funcionários que atuam em terra, como mecânicos de manutenção, despachantes técnicos, agentes de check-in, entre outros.
“Além dos prejuízos para a categoria, há os riscos para a segurança dos voos, já que os profissionais ficam sobrecarregados. Isso é perigoso porque eles não podem errar, afinal um erro pode comprometer a vida de centenas de pessoas”, alertou.
Para Arturo Spadale, diretor administrativo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), entidade que representa os interesses das companhias aéreas, a operação é “prematura”, já que as negociações ainda estão em curso.
“A nossa proposta é de reposição imediata pelo INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] para não prejudicar os funcionários. Além disso, achamos mais conveniente mudar a data-base de dezembro para abril, quando poderíamos discutir as outras reivindicações sem prejuízo para os passageiros, que viajam mais nesta época do ano”, destacou.
Uma nova reunião entre os sindicatos está marcada para a próxima quarta-feira (8). De acordo com a assessoria de imprensa da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), pelo menos nos aeroportos do Rio de Janeiro a operação não causou alterações até o fim da manhã de hoje.
Edição: Juliana Andrade
Da Agência Brasil
Brasília - As autoridades estão preocupadas com o destino dos traficantes que fugiram das comunidades do Rio de Janeiro. A ex-secretaria nacional de Justiça, Elizabeth Sussekind, afirma que a população tem um papel fundamental em manter a própria segurança, inclusive controlando os abusos praticados tanto por policiais quanto por criminosos.
Uma forma de fazer isso, segundo ela, que também coordena o Núcleo de Estudos sobre Justiça Criminal e Segurança Pública da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), é ajudar a polícia a localizar os foragidos. “Lamentavelmente os retratos dessas pessoas não estão sendo divulgados, somente os mais conhecidos da população podem ser identificados”, criticou em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional.
As polícias do Brasil inteiro estão muito preocupadas com a questão da fuga dos traficantes do Rio de Janeiro. O receio é que eles migrem para outros estados. A Polícia Rodoviária Federal está tentando tomar medidas de contenção nas fronteiras estaduais.
“A situação é preocupante, pois se a polícia não conseguiu conter a fuga em massa de uma área cercada, dificilmente conseguirá evitar que muitos deles se movam para outros estados.”
Edição: Talita Cavalcante