Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O vice-presidente da República, José Alencar, será submetido hoje (2) a uma nova sessão de hemodiálise (filtração do sangue por meio de um rim artificial). Segundo informações da assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês, o estado de saúde de Alencar é estável.
Alencar continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardiológica, onde se recupera da cirurgia realizada no dia 27 de novembro. O vice-presidente já passou por uma sessão de hemodiálise no dia 30 porque apresentou problemas na função renal.
As equipes médicas que o acompanham são coordenadas pelos médicos Raul Cutait, Ademar Lopes, Paulo Hoff, Roberto Kalil Filho e Paulo Ayroza Galvão.
Edição: Fernando Fraga
Priscilla Mazzenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Ao participar, hoje (2), da última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço dos trabalhos e rebateu as críticas feitas ao órgão na época de sua criação, em 2003.
"Levamos algum tempo para convencer deputados e senadores de que o conselho não era uma área de conflito. Era para tornar o debate mais plural”, disse Lula. “Terminados os oito anos [de mandato], não existe um congressista que não seja obrigado a reconhecer o trabalho importante que o conselho fez para o governo e para o país”, completou o presidente. Segundo ele, o trabalho atual será base para o funcionamento do CDES no próximo governo.
O presidente lembrou a situação econômica brasileira na década de 1980 e fez um parâmetro com o Brasil atual. Hoje paga-se o "esqueleto" de vários planos daquela época, quando a economia era tratada como se fosse uma questão de mágica.
"O cidadão inventava uma tese e tentava anunciar um pacote como se fosse uma coisa clandestina, não dava resultado, e ninguém assumia a culpa pelo erro. O ministro caía, o país ficava com o prejuízo, entrava outro ministro, outro plano. Em política econômica, tem-se de trabalhar com seriedade e com previsibilidade. Esse foi o milagre deste país. A gente, em vez de governar, foi tratar, ouvir o que as pessoas tinham a dizer para nós”, afirmou.
Lula fez também referência à União Nacional dos Estudantes (UNE) que, até o fim do governo, deverá receber R$ 42 milhões para construir uma nova sede no Rio de Janeiro. “Atendemos a todas as reivindicações da UNE. Todas, sem distinção. A última será o começo da construção da sede da UNE.”
Ele lamentou que vá entregar o governo à presidenta eleita, Dilma Rousseff, sem aprovar diversos marcos regulatórios em discussão. “Falo para o próximo governo: faça apenas o óbvio. Tudo que tentar fazer diferente será problemático. O óbvio é simples, todo mundo sabe o que tem de ser feito, mas nem todo mundo quer fazer”, concluiu.
Edição: Nádia Franco
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O investimento médio da indústria brasileira atingiu R$ 6,3 milhões em 2010, o que representa um crescimento de 80% sobre o resultado de 2009 (R$ 3,5 milhões). Os dados foram divulgados hoje (2) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, a previsão de investimento médio em 2011 é de R$ 6,7 milhão, 7% a mais do que este ano.
Os dados mostram que os investimentos estão cada vez mais direcionados para o consumidor brasileiro: 77,8% das empresas consultadas afirmaram que seus investimentos foram voltados principalmente ou exclusivamente para o mercado interno.
De acordo com a pesquisa, para 33,4% das indústrias, o principal objetivo dos investimentos foi o aumento da capacidade produtiva. Já para 28,2%, os investimentos foram voltados para o processo produtivo.
A pesquisa da CNI mostra ainda que a principal razão para o adiamento dos investimentos planejados em 2010 foi a ociosidade elevada do parque industrial, apontada por 39,9% dos entrevistados. A incerteza econômica foi lembrada por 36,2% e, para 31,9%, a culpa foi da burocracia.
A pesquisa ouviu 454 empresas de todo o país, de 4 de outubro a 12 de novembro.
Edição: Vinicius Doria
Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Saúde anunciou hoje (2) a transferência de US$ 1 milhão para o combate ao cólera no Haiti. Os recursos são provenientes da cota brasileira na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e suficientes para a manutenção de 110 leitos, por três meses, no Centro de Tratamento do Cólera, na cidade de Carrefour.
Com a liberação do dinheiro, a previsão é que o centro inicie as atividades em 72 horas. O centro é resultado de uma parceria do Brasil com Cuba. Ao governo brasileiro, cabe fornecer os recursos financeiros. O atendimento dos pacientes fica a cargo de 45 profissionais de saúde cubanos.
A epidemia de cólera já matou 1.751 pessoas no Haiti, conforme cálculos da Opas. Há 75 mil casos confirmados, que podem chegar a 400 mil dentro de três meses.
Edição: Fernando Fraga
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Exército vai atuar, pela primeira vez, como uma força de paz no Brasil, no Complexo do Alemão, nos moldes do que já vem fazendo no Haiti. O anúncio foi feito pelo comandante do Exército, general Enzo Peri, durante visita hoje (2) à região ocupada pelas forças militares no último fim de semana.
O militar disse que a missão não será estranha à força, pois já é desempenhada fora do país. “Nós já fazemos ações policiais. Mas desse tipo, com essa magnitude, é a primeira”, observou.
O general Enzo afirmou que não teme algum tipo de problema, como já ocorrido em ações urbanas semelhantes. “Nós estamos preparados. Eles estão bem instruídos, eles são preparados”. Disse também que não teme qualquer desvio de conduta dos soldados, por conta de provocações de criminosos. “Nós estamos sempre atentos a isso tudo. O risco é inerente”.
O comandante do Exército informou que a situação de soldados que moram em comunidades e que estariam sendo ameaçados por traficantes está sendo investigada. “Nosso trabalho de inteligência está averiguando e definindo a extensão e profundidade [das ameaças]. Nós daremos a proteção necessária”, garantiu.
O comandante do Comando Militar do Leste, general Adriano Pereira Junior, que acompanhou a inspeção realizada pelo comandante do Exército, afirmou que a força dispões de oito mil homens em condições de atuar no conceito de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) – policiamento urbano – , e que estão prontos para reforçarem operações em outras favelas do Rio de Janeiro.
Edição: Fernando Fraga
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (2) que a aprovação do Cadastro Positivo é muito importante porque possibilitará um conhecimento mais profundo de quem precisa de crédito. O Cadastro Positivo foi aprovado ontem no Senado Federal é irá beneficiar os bons pagadores. Quem paga as contas em dia terá o nome incluído nesse cadastro, que poderá ser consultado pelas instituições de crédito. Bons pagadores significam risco menor para os bancos, que podem ofertar taxas de juros mais baixas.
“Era uma velha luta. Não sei porque demoramos tanto e houve tantos obstáculos. Sua aprovação foi boa porque oferecerá um conhecimento mais profundo por parte das instituições financeiras sobre sua atuação junto aos correntistas e aqueles que querem mais crédito”, afirmou o ministro.
Segundo Mantega, quando não há informação, os bancos acabam tratando todos os clientes da mesma forma e elevam as taxas de juros porque avaliam que, potencialmente, qualquer pessoa pode ter dificuldade para quitar as dívidas. “Com o cadastro positivo, você pode perceber que 95% ou até mais dos brasileiros têm um comportamento correto, não têm inadimplência e, com isso, os bancos deverão reduzir os juros. É para isso que existe o cadastro”.
O ministro disse ainda que as instituições financeiras garantiram que, com o cadastro positivo, haveria uma redução do spread [diferença entre a taxa de captação do dinheiro e a taxa ofertada a quem precisa de empréstimo]. “[O cadastro] ainda vai ser regulamentado, mas depois de regulamentado, nós cobraremos essa fatura [das instituições financeiras]”, garantiu Mantega.
Medidas para estimular os financiamentos de longo prazo deverão ser anunciadas dentro de duas semanas. Sem dar detalhes, Mantega disse que será um conjunto grande de medidas. “Nas próximas duas semana, esperamos finalizá-las de forma que as instituições financeiras já comecem a trabalhar com essa nova postura e esses novos instrumentos, cujo objetivo é ter mais crédito privado, longo e com taxa de juros menor para a economia brasileira”, explicou.
Mantega falou ainda sobre inflação. Segundo ele, a alta de preços de alguns produtos, principalmente alimentos, se deve a fatores sazonais e climáticos e, em menor escala, à especulação, devido à falta de alternativas de investimento para o capital estrangeiro. Para o ministro, está sobrando dinheiro na economia internacional, por causa das emissões dos países ricos para estimular o consumo e dar liquidez aos mercados.
Edição: Vinicius Doria
Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina
Buenos Aires - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse hoje (2) que confia no compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vetar a emenda que divide igualmente entre os estados os royalties do petróleo da camada pré-sal. Na madrugada de hoje (2), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto, que pode ocasionar perdas para os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
De acordo com Cabral, atualmente, o Rio de Janeiro tem 60% de suas receitas em participação especial e 40% em royalties do petróleo que produz. Segundo ele, o novo modelo de partilha, aprovado hoje pela Câmara dos Deputados, acaba com a participação especial. “A princípio”, disse Cabral, “acabam os 60% de entradas de receita no estado e ficam só os 40%.”
O governador disse que o acordo feito com o governo federal era de redesenhar o percentual dos royalties de tal maneira que todos os estados recebessem e o percentual do Rio aumentasse de forma que compense a perda da participação especial. “Como vai aumentar o volume de produção, o Rio, infelizmente, não ganha, mas deixa de perder. Esse era o acordo, bom para todos os lados”, disse Cabral.
Sérgio Cabral disse que a Emenda Simon, constante do projeto aprovado hoje na Câmara, “é um desrespeito completo à legalidade. O presidente Lula já garantiu que vetará [a emenda], e eu confio no presidente”.
O governador está em Buenos Aires para acompanhar a instalação da primeira Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas (UPA) na cidade, que tem como modelo as existentes no Rio de Janeiro.
Edição: Nádia Franco
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (2) que o próximo Natal deverá o ser o melhor em termos de vendas no varejo. Perguntado se não existe, no momento, preocupação com a alta da inflação e dos juros futuros, Mantega lembrou a alta do preço das commodities (produtos básicos), principalmente de alimentos e ressaltou que a questão é mundial e está ocorrendo em todos os países.
Mantega disse que um dos motivos da alta do preço dos produtos é a sazonalidade e que há também um pouco de especulação, devido à falta de alternativa de investimentos para os estrangeiros, já que sobra dinheiro na economia internacional, com muita emissão pelos países avançados. De acordo com o ministro, as questões climáticas também pressionam os preços dos alimentos, tanto internamente quando no exterior.
“Aqui no Brasil, depois de a gente ter tido uma alta muito forte do milho, do feijão, do trigo, esses já dão sinal de reversão no atacado, mas isso ainda não aparece no varejo. Portanto, é cíclico”, afirmou. Mantega destacou, porém, que no atacado a queda da inflação tem sido detectada, mas no varejo a redução só deverá ser observada a partir de janeiro.
No entanto, ressaltou o ministro, alguns preços continuarão altos, como o da carne, que está em falta no mercado internacional. “Podemos ficar tranquilos. Haverá uma redução de preço de alimentos no ano que vem. Essa história nós já vimos. É só lembrar do início do ano [2010], quando houve uma elevação inflacionária por causa do álcool e da chuva, com problemas com hortifrutigranjeiros, e depois baixou”, disse.
Mantega frisou que não se deve apenas observar o preço dos alimentos, mas o conjunto dos preços da economia. Ele lembrou que a economia está crescendo a 7,5%, com consequências para a demanda. “Portanto, o consumo, a demanda, está forte. Acho que nós teremos o melhor Natal em termos de venda do varejo”, destacou.
Segundo ele, se nos cálculos forem retirados do núcleo da inflação os alimentos e os combustíveis, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fica abaixo de 5%. "Se forem mantidos os dois itens, a inflação pelo mesmo índice passa para 5,2%, ainda dentro da meta. “Um pouco acima do centro da meta [4,5%, podendo variar 2 pontos para cima ou para baixo], mas ainda dentro da meta. A inflação está sob controle, não vai escapar da meta, e o governo fará o que for necessário para isso continue”, afirmou.
Mantega participou do Trigésima Sexta Reunião Ordinária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Edição: Nádia Franco
Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A sensação de insegurança é alta entre os brasileiros. A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a partir do Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) sobre Segurança Pública, divulgado hoje (2). A pesquisa mostra que nove em cada dez entrevistados têm medo de ser vítimas de crimes como homicídio, assalto à mão armada ou roubo de residência.
Foram entrevistadas 2.770 pessoas nas cinco regiões do país. A maioria dos entrevistados, 78,6%, afirmou ter muito medo de morrer assassinado. O mesmo ocorre em relação ao medo de ser vítima de assalto à mão armada (73,7%). Também é alto o percentual de pessoas que temem encontrar a casa arrombada (68,7%). Em relação à agressão física, o grau de medo entre os entrevistados é menor (48,7%).
A pesquisa aponta que o medo de arrombamento é mais baixo na classe média, em famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos. Esse medo aumenta à medida que a renda se torna muito baixa ou muito alta.
Entre os jovens de 18 a 24 anos de idade, o medo de ter a residência arrombada ou de sofrer agressão física é menor do que nas demais faixas etárias. Segundo o estudo, 60% dos jovens responderam ter muito medo de arrombamento. Porém, apenas 40% temem agressão física, parcela pequena se comparada aos 51,4% daqueles que têm entre 45 e 54 anos, ou aos 57% da faixa etária com mais de 55 anos.
A pesquisa também avalia os serviços prestados pela polícia e os problemas relatados pela população no contato com os policiais. A Polícia Federal conta com o maior grau de confiança por parte da população (82,5%), enquanto 74,1% apresentam algum grau de confiança na polícia civil e 72,3% na polícia militar. O nível de confiança nas guardas municipais foi menor: 68,1%.
De acordo com o Ipea, a avaliação geral dos serviços comumente prestados pelas instituições policiais é negativa. Os resultados da pesquisa mostram que 61,7% dos entrevistados apontaram lentidão da polícia no atendimento a emergências quando o pedido de socorro é feito por telefone. Nas regiões menos povoadas e mais carentes de serviços de infraestrutura (Norte e Centro-Oeste) se encontra o maior percentual de cidadãos satisfeitos com a rapidez no atendimento emergencial: 48,8% e 49,5%, respectivamente, contra cerca de um terço nas demais regiões.
Edição: Vinicius Doria
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, avaliou como positiva a aprovação, pelo Congresso Nacional, do modelo de partilha na produção do petróleo da camada pré-sal e da criação do Fundo Social com o dinheiro gerado. Costa participou hoje (2) do seminário Pré-Sal: um Novo Marco para o Rio, na capital fluminense.
“Isso representa uma posição forte do Estado de manter a riqueza, de propiciar o desenvolvimento do povo brasileiro, a partir de um petróleo que, depois de milhões de anos, foi descoberto pela Petrobras”, disse.
Em entrevista à imprensa, Costa também defendeu investimentos em refinarias no país, já que o parque de refino do Brasil está atingindo seu limite. Em média, este ano, as refinarias brasileiras operaram com 90% de sua capacidade. Apenas em novembro, houve uma média diária de refino de 1,92 milhão de barris.
Costa também disse que o convênio para a construção de um porto em São Gonçalo, no Grande Rio, deverá ser assinado nos próximos dias entre a Petrobras, o governo do estado do Rio de Janeiro e a prefeitura do município.
Segundo o diretor da estatal, o porto deverá ser construído na Praia da Beira e será usado para desembarcar equipamentos pesados do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Ainda não está definido o responsável pela administração do porto, mas, segundo Costa, a Petrobras não administrará o terminal. “Nós vamos fazer a dragagem e o píer. Mas a Petrobras não vai usar esse porto todo dia, só quando tiver o transporte de equipamentos pesados. Por isso, a ideia é que o governo do estado e a prefeitura viabilizem esse porto também para a construção de pequenas embarcações e módulos de plataformas”, afirmou.
Paulo Roberto Costa disse que as obras do primeiro módulo Comperj já foram iniciadas e que a Petrobras investiu US$ 4,5 bilhões no complexo petroquímico até agora. Ele afirmou também que as obras não têm mais pendências no Tribunal de Contas da União (TCU).
“Não existe sobrepreço. Não existe superfaturamento. Existe problema de conceito diferente. O TCU olha um conceito mais voltado para obras civis. A gente olha mais outro lado, que é obra industrial e que não tem nada a ver com obra civil”, disse.
Edição: Juliana Andrade