Agência Brasil

Rio, 31/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - A partir desta segunda-feira, 341 presos analfabetos de nove penitenciárias fluminenses vão aprender a ler e a escrever. A meta é chegar a um total de 800 presidiários em todo o estado. O projeto é parte do Programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação (MEC). Três detentos da Penitenciária Vieira Ferreira Neto, em Niterói, que vão fazer o curso de alfabetização, falaram à Agência Brasil sobre a experiência de começar a ler e a escrever dentro da prisão.

Fábio Luiz Barros de Carvalho, de 28 anos, que cumpre pena há 8 meses por assalto, falou da sua ansiedade de começar a conhecer as primeiras palavras. "Acho que vou aprender muita coisa para sair dessa vida que não leva à nada, só ao sofrimento".

Mauro Ferreira dos Santos, de 27 anos, que está preso por porte ilegal de arma de fogo, acha que o curso lhe dará uma nova chance de vida: "Estudar vai ser uma nova oportunidade de conseguir emprego, e, também, vai dar mais oportunidade de preencher um currículo".

Manoel Gomes dos Santos, de 33 anos, condenado por furto, disse que não teve oportunidade de estudar na infância, mas, agora tem um sonho. "Quando tiver aprendido a ler, pretendo continuar os estudos para poder dar um pouco de conforto a meus filhos".

O secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse que a alfabetização é fundamental para a ressocialização do preso. Para ele, a sociedade deveria cobrar com mais rigor o fato do detento cumprir a pena e sair analfabeto e sem profissão da cadeia. "Acho que a sociedade deveria cobrar com mais rigor o fato de a pessoa ficar presa 5 ou 10 anos e sai analfabeto e sem profissão. Acho que deve ser meta do sistema não deixar que ninguém saia daqui analfabeto".

O secretário de Administração Penitenciária informou que o estado em parceria com a ONG Alfalit, foi o primeiro a se credenciar junto ao MEC para alfabetizar os detentos.

O curso vai durar três meses e dará direito ao aluno de ingressar no terceiro ano do ensino fundamental.

Brasília, 31/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O título de campeão das Américas e mais duas vagas para a disputa do Mundial de Beach Soccer (Futebol de Areia), em fevereiro, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, são os objetos do desejo das quatro seleções que começam a disputar na próxima semana (7 a 9 de novembro), em Campos, também no Rio, a VII Copa América de Beach Soccer. A competição reunirá Brasil, Estados Unidos, Peru e Uruguai. Os jogos acontecem em uma arena montada no estacionamento do Shopping Estrada, na cidade de Campos dos Goytacazes.

Como país sede da competição, o Brasil já está pré-classificado para o Mundial. Portanto, as seleções estrangeiras é que estão de olho nas vagas. Tranquilos em relação ao Mundial, a motivação dos brasileiros está no fato de nunca terem perdido uma Copa América. Em seis edições, o time de Neném, maior artilheiro da seleção com 272 gols, faturou todas. Nem por isso vai dar descanso aos pés. A ordem é garantir o heptacampeonato.

O Brasil passa por reformulações. A liderança técnica mudou de mãos. Saiu o potiguar Andrey Valério e entrou o capixaba Índio. "Ele é um treinador vencedor. Espero que imprima sua característica e que o Brasil continue a ser a equipe vencedora que sempre foi. E o principal: que ganhe sem abandonar a característica de jogar privilegiando o espetáculo", afirmou Fulvio Danilas, presidente da Confederação Brasileira de Beach Soccer. Índio dirigiu a seleção do Espírito Santo e por duas vezes (2000* e 2001) foi campeão brasileiro. Em outras quatro (1998, 1999, 2000* e 2002) foi vice-campeão.

O técnico Índio quer começar sua trajetória internacional faturando mais um título. Para os observadores do Beach Soccer, a tarefa não é tão fácil. O Brasil carrega o favoritismo. Vai jogar em casa, diante de sua torcida e com os jogadores que não são titulares da equipe querendo mostrar ao novo treinador que podem ser. Mas isso não é nenhuma garantia.

Dos três adversários na Copa América, os Estados Unidos já venceram o Brasil em duas oportunidades. O Brasil leva mais que ampla vantagem: em 26 confrontos, 24 vitórias. Peru e Uruguai nunca conseguiram tal façanha. "O técnico Jaime Drago, do Peru, confia muito em sua equipe. O time vem renovado e foi selecionado durante a disputa do Campeonato Nacional de Beach Soccer, que acontece em Lima", disse Fulvio Danilas. Embora nunca tenha vencido o Brasil, o Peru já protagonizou uma final de Mundial contra a seleção nacional, em 2000, no Rio de Janeiro. Saiu dela como coadjuvante, carregando o troféu do vice-campeão. Já o Uruguai, sempre reserva surpresas. E desta vez não será diferente.

A tabela da Copa América já está definida. As seleções jogam entre si e o time com maior número de vitórias será o campeão. A tabela é a seguinte: dia 7 (sexta): Uruguai x Peru e Brasil x Estados Unidos; dia 8 (sábado): Uruguai x Estados Unidos e Brasil x Peru; dia 9 (domingo): Peru x Estados Unidos e Brasil x Uruguai.

Rio, 31/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O juiz Lafredo Lisboa, da 3ª Vara Criminal Federal, deve anunciar daqui a pouco a sentença dos 23 acusados de fraudes na secretaria Estadual de Fazenda e de envio para o exterior de cerca de US$ 33 milhões em dinheiro público. Entre os acusados estão o ex-subsecretario Adjunto da Secretaria Estadual de Fazenda, Rodrigo Silveirinha, os auditores federais Axel Hammer, e Hélio Lucena e ainda os empresários do jogador Ronaldinho, Alexandre Martins e Reynaldo Pitta.

A expectativa, segundo o procurador da República no Rio de Janeiro, Gino Liccione, é de os principais envolvidos nas fraudes recebam condenações médias de 15 anos de prisão. Se as condenações não se confirmarem, adiantou o procurador, o Ministério Público Federal entrará com recurso, para um novo julgamento. O caso ficou conhecido como propinoduto.

Brasília, 31/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O secretário para o Desenvolvimento das Artes Audiovisuais, Orlando Senna, recebeu o Cacique Raoni, da tribo Caiapó. Eles discutiram a instalação da TV Indígena Aldeia Virtual, projeto que está sendo apoiado pelo Ministério da Cultura.

Essa é uma reivindicação antiga da tribo Caiapó, que tem população de 12 mil índios, com uma riqueza cultural ainda desconhecida da sociedade brasileira e que só poderá ser revelada pelos próprios índios.

O projeto é uma iniciativa da Fundação Raoni, instituição formada por lideranças indígenas e colaboradores da sociedade nacional e internacional, que desenvolve projetos na área de educação, cultura, agricultura e ecoturismo. A tribo já conta com alguns equipamentos, ilha de edição, câmeras e muitos prêmios ganhos em festivais no Japão e nos Estados Unidos.

Este será o primeiro canal indígena do Brasil, sediado no território Caiapó, no Mato Grosso, e contará com apoio técnico da TV Educativa. O secretário considera urgente a necessidade de instalação desse canal, na perspectiva da democratização da televisão brasileira. Os índios dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália contam com canais próprios de televisão.

Brasília, 31/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um fogo solene será aceso hoje, às 18h, no Palácio do Governo de Tocantins, em Palmas, para celebrar os VI Jogos dos Povos Indígenas, que ocorrerão entre os dias 1º e 8 próximos. A cerimônia será coordenada pelos índios Rikbatsa, que habitam o estado do Mato Grosso, nos municípios de Brasnorte e Cotiguaçu.

Mais de mil atletas indígenas de 47 etnias estão sendo aguardados para a abertura oficial do evento, que ocorrerá neste sábado (1º), na Praia da Graciosa, numa arena construída especialmente para os jogos. A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) é responsável pela execução e supervisão das ações de saúde durante os jogos.

A programação é bastante diversificada. Na aldeia Olímpica, além das competições e demonstrações de esportes típicos, haverá atividades diariamente, sempre entre 14h e 20h, com mostra fotográfica, exposição e venda de artesanato, pintura corporal, cinemateca, palestras, exibição de vídeos indígenas e comidas típicas.

Da redação
Agência Brasil

Brasília - Alejandro Toledo, presidente do Peru, quer anexar seu país ao Mercosul, bloco de países formados por Brasil, Argentina, Paraguei e Uruguai. Em encontro ontem com o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, realizado em Lima, Toledo entregou uma carta ao chanceler brasileiro solicitando a incorporação peruana ao bloco. Os demais membros do Mercosul também receberam o documento, que, se aceito por todos, passa a vigorar a partir de amanhã.

Em nota oficial, o Itamaraty afirma que "o Brasil apóia plenamente essa pretensão e se empenhará junto aos demais sócios do Mercosul para que o Peru possa participar, como Estado Associado, já na próxima reunião do Conselho do Mercado Comum, a realizar-se em dezembro, em Montevidéu".

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil

A Polícia Civil de Júlio de Castilhos, região central do Rio Grande do Sul, indiciou sete líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST), pela invasão da Fazenda Bom Retiro, no dia 6 deste mês. Os militantes do MST foram enquadrados por furto qualificado, lesão corporal, disparo e porte ilegal de armas, e em mais cinco artigos do Código Penal. Outros três integrantes do movimento foram indiciados por furto na propriedade e por corrupção de crianças e adolescentes. O inquérito, concluído hoje, foi encaminhado à Justiça. A fazenda foi desocupada no dia 10 de outubro.

Brasília, 31 (Agência Brasil - Abr) - O Brasil precisa de políticas que visem à desconcentração e a diversificação de sua pauta de exportação, além de promover a maior participação das pequenas e médias empresas. A avaliação foi feita hoje pelo assessor especial da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Fernando Gomes, que participou da assembléia geral da Associação Internacional dos Despachantes Aduaneiros. Segundo ele, a meta é elevar a inserção das pequenas e médias empresas nas exportações, de 10% para 20% até 2007.

O representante da Camex citou alguns problemas de "concentrações muito sérias" da pauta exportadora. De acordo com ele, atualmente 25% dos produtos exportados representam 46% da pauta. Sete países compram 54% das exportações brasileiras; 29 empresas representam 77% do total das vendas do País; e as regiões sul e sudeste respondem por aproximadamente 80% das exportações.

Na opinião de Gomes, o Brasil tem um potencial muito grande para incrementar suas exportações. Ele lembra que atualmente as exportações brasileiras representam 13% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com ele, "bastante pequeno em relação as possibilidades que temos". Observa que o México, que tem economia semelhante a do Brasil, exporta o dobro e a China, que é uma economia em desenvolvimento, 26% do PIB.

Segundo os dados mostrados pelo representante da Camex, o País ocupa hoje a 26ª posição nas exportações mundiais, com US$ 60 bilhões de dólares (0,9%). Nas importações está em 27º lugar (0,7%). O Brasil, que já participou com 2,5% das exportações mundiais, em 1950, atualmente detém menos de 1%. No período, as importações caíram de 1,7% para 0,7%. "É muito pouco para a capacidade do Brasil", enfatiza Gomes.

Com o passar do tempo, mudou muito também a composição da pauta exportadora brasileira. Em 1960, os campeões de vendas eram os produtos básicos, que atingiam 85% do total. Os manufaturados representavam 5% e os semimanufaturados 7%. Em 2003, os produtos manufaturados são 50% da pauta; os básicos, de 25% a 30%; e os semimanufaturados, entre 12% e 15%.

Para que as exportações possam atingir a meta de US$ 100 bilhões em 2007, o representante da Camex, disse que deverá haver um crescimento anual de 14%. Ele explicou que a projeção é mínima, já que este ano o incremento das vendas externas deve ficar entre 18% e 22%, atingindo US$ 70 bilhões. Acrescentou que não existe uma meta para saldo comercial e nem importações. Segundo ele, isso vai depender da retomada da economia do País. Até agora, o saldo comercial no ano está em US$ 20 bilhões, devendo alcançar R$ 22 bilhões até o final de dezembro.

São Paulo, 3.11.2003 (Agência Brasil - ABr) - Brasilianischer Planungsminister Guido Mantega erklärte heute, der Primärüberschuss Brasiliens werde die 4,25% des Bruttoinlandsproduktes (BIP) nicht übertreffen. Er liege heute, laut Angaben der Zentralbank, bei 5,08% des BIP zwischen Januar und September.

Der öffentliche Nichtfinanzsektor registrierte im September einen Überschuss von 7,8 Mrd. Real, was nun seit Jahresanfang auf 57,1 Mrd. Real bzw. 5,08% des Bruttoinlandsproduktes steigt. Die Summe übertraf schon das mit dem Internationalen Währungsfonds (IWF) abgesprochene Ziel von 54,2 Mrd. Real. (MNJ)

São Paulo, November 3, 2003 (Agência Brasil - ABr) - The Minister of Planning, Guido Mantega, affirmed that the primary surplus will not exceed the 4.25% of the Gross Domestic Product (GDP) determined by the government. The Central Bank informed today that, between January and September, the primary surplus amounted to 5.08% of the GDP. "I can guarantee that we shall end the year without one cent more than the 4.25% surplus established by the government," the Minister declared.

According to Mantega, the tendency is for the government to spend more in the second half of the year than in the first. "It is normal for the cumulative surplus to decline over the course of the year," he said.

Non-financial government accounts showed a R$ 7.8 billion surplus in September, raising this year's cumulative surplus to R$ 57.1 billion, or 5.08% of the Gross Domestic Product (GDP). This figure surpasses the R$ 54.2 billion goal set with the International Monetary Fund (IMF) for the period. (DAS)