12/10/2004 - 14h56

Artistas e intelecutais destacam importância de Fernando Sabino para a literatura brasileira

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil

Rio – A importância da produção literária e a arte de fazer amigos foram as características mais lembradas nos depoimentos dados nesta terça-feira por artistas e intelecutais que acompanharam o enterro do escritor Fernando Sabino, no Cemitério São João Batista. Seu corpo foi enterrado ao som do jazz executado pela Ramblers Tradicional Jazz Band, na qual o escritor tocava bateria.

Para o poeta Afonso Romano de Sant'Anna, o escritor Fernando Sabino era uma "pessoa alegre", "nada ressentida" e "vitorioso". Ele analisou que, com a morte do escritor, finda-se uma época, porque o mundo das décadas de 40 até princípio de 70 trazia mais expectativas e utopias. "Ao contrário de hoje, que se vive numa sociedade estraçalhada, com valores confusos", disse.

Segundo Afonso, a obra de Sabino refletia essa época. "É uma literatura quase clássica dentro do modernismo, com histórias que retratam o seu tempo e sempre bem-humoradas. Mesmo os romances policiais dele, eram dramas que revelavam uma visão meio lúdica do mundo, uma armação não era essa coisa patética e trágica de hoje", analisou.

O poeta ainda lembrou da beleza da amizade do que chamou de "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse", ou seja, a união de Sabino, Otto Lara Rezende, Paulo Mendes Campos e Hélio Pelegrino. "Isso ninguém no mundo consegue repetir. Nenhum grupo de escritores no mundo consegue repetir, porque isso é um mistério. Saber como quatro escritores competentes de muito valor conseguem viver a vida inteira, sem inveja, sem concorrência, sem tentar destruir um ao outro. Ao contrário, construíram uma espécie de auto-proteção que fazia com que um fosse êmulo do outro e daí essa coisa bonita que era a amizade e a obra deles", afirmou.

A escritora Nélida Piñon destacou a imagem positiva deixada por Fernando Sabino. "Era uma grande personalidade, generosa, um homem com muito humor e que soube captar a alma mineira, a alma carioca e, portanto, a alma brasileira. Eu estou comovida e, ao mesmo tempo, acho que ele nos deixa um legado extraordinário que muitos poucos brasileiros podem deixar, mas que estão representados por Fernando Sabino. Um grande brasileiro que ocupou todas as instancias da nossa realidade".

Nélida disse ainda que o primeiro legado de Sabino é a literatura, com uma forma de escrever como poucos, "sem ser machadiano, mas com uma forma escorreita de Machado de Assis". Entre os presentes na cerimônia, também estavam Marina Colassanti, Thiago de Melo, Ferreira Gullar, Ziraldo, Zuenir Ventura, Wilson Figueiredo, os deputados Miro Texeira (PPS-RJ) e Roberto Arruda (PFL-DF), e os atores Rosamaria Mnurtinho e Mauro Mendonça.

12/10/2004 - 13h07

Corpo do escritor Fernando Sabino é enterrado no Rio

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil

Rio - O corpo do escritor Fernando Sabino foi enterrado hoje, às 11h30, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, ao som de jazz executado pela Ramblers Tradicional Jazz Band , na qual o escritor tocava bateria. O cortejo e o enterro ocorreram "em um clima sem dramas", como definiu a escritora Marina Colassanti. A cerimônia foi acompanhada pelos seis filhos do escritor, entre eles a cantora Verônica Sabino.

"Acho muito bonito que não haja um clima de drama. O drama não se comprazia ao Fernando. Ele sempre foi uma pessoa muito para cima, muito alegre e brincalhona. Eu acho bom que os amigos se despeçam dele em um clima que ele sempre favoreceu", disse Marina.

Bernardo Sabino disse que o pai conseguiu manter uma certa rotina de vida até a última sexta-feira, quando seu quadro de saúde piorou. "Ele, de uma certa forma inconsciente, já estava manifestando desejo de ir embora. Ele estava sofrendo muito com essa doença", disse Bernardo, acrescentando que a família tentou de tudo nos dois últimos anos para combater o câncer de fígado que vitimou o escritor.

Segundo ele, seu pai era uma pessoa aberta, que falava com todos: era amigo dos porteiros do prédio em que morava em Ipanema, tentava legalizar as bancas de venda de livros nas esquinas do bairro e ajudava instituições carentes.

"Ele doou tudo o que ganhou com o livro que escreveu sobre a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello para uma instituição carente, mas só depois as pessoas vieram a saber disso. Criticaram esse livro, alegando que ele tinha ganho muito dinheiro, o que o afetou muito", afirmou Bernardo.

O corpo de Fernando Sabino foi enterrado no dia em que o escritor completaria 81 anos. Em sua lápide consta a frase: "Aqui jaz Fernando Sabino que nasceu velho e morreu menino", como ele determinou.

12/10/2004 - 13h02

Corpo do sertanista Apoena Meireles é enterrado

Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil

Rio - O corpo do sertanista Apoena Meireles foi enterrado na manhã desta terça-feira no cemitério do Caju, zona portuária do Rio de Janeiro. Representantes de tribos indígenas estiveram presentes prestando homenagem ao sertanista. Um índio Xavante, de 87 anos, fez uma oração em sua língua durante o funeral.

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, fez um discurso ressaltando a importância do trabalho de Apoena nas comunidades indígenas e na Funai, da qual foi presidente. Mércio também lembrou as origens do sertanista morto, do pai indigenista Francisco Meireles e do seu nascimento no meio da Reserva Xavante, em Mato Grosso.

A filha de Apoena, Tainá Meirelles, acredita que o pai realmente foi vítima de um assalto. Segundo ela, o sertanista entregou no início de setembro, por meio da campanha do desarmamento, as cinco armas que possuía. Ela afirmou que nunca ouviu o pai dizer que estivesse sendo ameaçado, mas disse que prefere esperar a conclusão das investigações.

Apoena, de 55 anos, foi assassinado no sábado, aparentemente durante uma tentativa de assalto a um caixa eletrônico do Banco do Brasil, em Porto Velho (RO). A Polícia Federal ainda investiga a hipótese de o crime ter sido cometido em represália ao trabalho de Apoena na Reserva Roosevelt, dos índios Cinta-larga, em Rondônia. Apoena era o coordenador da operação que investiga o assassinato de 29 garimpeiros, ocorrido na reserva em abril.

De acordo com Cláudio Meireles, primo do sertanista, o nome Apoena "foi uma homenagem prestada pelo pai, Francisco Meireles, a um cacique Xavante que conheceu na década de 40, durante o primeiro contato do homem branco com a tribo Xavante".

12/10/2004 - 13h02

Comércio varejista pede ''alívio'' na carga tributária para empregar mais

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio – Lojistas de todo o país estão reunidos na capital carioca, na 45ª Convenção Nacional do Comércio. Entre as discussões, os problemas que atingem o setor, principalmente os que tratam da questão tributária e do comércio informal. O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, Carlos Henrique Levandowski, disse à Agência Brasil que a alta carga tributária que incide sobre o comércio varejista tem sido "perversa" com o setor e inibe a criação de novos empregos.

Ele ressaltou que o varejo é um grande empregador, e um alívio na carga tributária representaria mais trabalhador contratado. Levandowski disse que "existem cerca de 5 milhões de pontos de varejo em todo país, e se cada um deles gerasse uma vaga de trabalho, teríamos condições de cumprir 50% da meta de criação de empregos do presidente Lula".

O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes, Carlos Henrique Levandowski, informou que a entidade está pleiteando junto ao governo federal a criação, dentro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, de uma secretaria que contemple o comércio varejista. Segundo ele, a criação da secretaria do comércio seria um importante instrumento para o desenvolvimento do setor varejista em todo país.

12/10/2004 - 12h25

Aeroporto de Brasília deve se tornar modelo para acesso aos portadores de necessidades especiais

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O aeroporto internacional de Brasília deve ser modelo para acesso a portadores de necessidades especiais. Essa afirmação é do presidente do Comitê Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho da Infraero (Comsat), Geraldo Aciolli. De acordo com ele, o aeroporto brasiliense passará por diversas mudanças para facilitar a vida de deficientes, grávidas e idosos.

Essas mudanças previstas são de dois tipos. A mais rápida é a física – com adaptação de banheiros, elevadores, escadas rolantes, pisos e da própria sinalização. A outra mudança é o treinamento do pessoal. Segundo Aciolli, este treinamento é fundamental, porque, mesmo com todas as facilidades de locomoção, essas pessoas precisam de um acompanhamento.

"Muitas vezes quando um idoso ou uma pessoa numa cadeira de rodas viaja sozinho, por mais que o aeroporto seja adaptado, ela vai precisar de um acompanhamento para que seja levado corretamente até dentro do avião. Nós estamos procurando realizar esse trabalho em praticamente todos os aeroportos brasileiros", afirma.

De acordo com Aciolli, as modificações físicas já estão sendo feitas. "A maior parte dessas mudanças é absolutamente simples", sintetiza. Os espelhos dos banheiros, por exemplo, serão inclinados em 15° graus. O objetivo é adaptá-los aos portadores de deficiência. "Os espelhos não podem ser retos na parede. Eles têm que ser inclinados, porque o portador de deficiência não vai se levantar para se ver", explica.

Segundo Aciolli, as alteração necessitam de estudos, porque algumas mudanças feitas aleatoriamente nos banheiros públicos podem causar problemas para os deficientes físicos. Ele cita, como exemplo, as barras de ferro colocadas para que os deficientes se apóiem. "Isso é uma maneira errada de colocá-las, pois o deficiente pode escorregar. A barra tem que ter um apoio mais horizontal e vertical fechado, numa forma de um quadrado e, não, de uma forma inclinada", analisa.

Aciolli conta que algumas dessas mudanças devem exigir licitação, pois representam alto custo para a Infraero. "Mas tem coisas que nós vamos resolver de imediato. Os próprios banheiros aqui de Brasília. Nós temos uma previsão de custo de R$ 150 mil para deixá-los totalmente aperfeiçoados. Além do mais, essas obras não significam custo, são investimentos", conclui.

12/10/2004 - 11h54

Empresários podem ajudar na aproximação Brasil-Rússia, diz Alencar

Carolina Pimentel
Enviada especial da Radiobrás a Moscou

Moscou (Rússia) - O vice-presidente da República, José Alencar, afirmou que a aproximação entre Brasil e Rússia depende também do empenho dos empresários dos dois países. Segundo Alencar, apesar dos negócios entre Brasil e Rússia estarem crescendo, as empresas ainda estão em uma fase de "conhecimento superficial". O vice-presidente está em viagem oficial à Rússia.

Ontem (11), ele participou da abertura do Seminário Relações Econômico-Comerciais Brasil-Rússia: Oportunidades de Negócios e de Investimentos, realizado na Câmara de Comércio e Indústria da Federação russa. O evento reuniu 250 pessoas, entre elas 50 empresários brasileiros.

Em 2003, a balança comercial entre os dois países alcançou US$ 2 bilhões. A previsão para este ano é que esse montante aumente. De janeiro a setembro deste ano, os dois países negociaram US$ 1,7 bilhão, crescimento de 21% em relação ao mesmo período de 2003.

José Alencar se encontrou ontem com o vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Rússia, Ievguêni Primakóv. Assim como José Alencar, Primakóv acredita que os negócios entre os dois países ainda são insuficientes. Segundo ele, o comércio Brasil-Rússia pode chegar a US$ 5 bilhões. Alencar e Primakóv compartilham a idéia de que é necessário diversificar a pauta de exportação. Primakóv defende a inclusão de produtos tecnológicos.

"A Rússia, por sua vez, entre outros atributos de sua economia, é uma potência energética em crescente expansão. São inúmeras as oportunidades de cooperação no domínio do gás natural, energia elétrica, combustíveis renováveis, mineração e energia nuclear", destacou o vice-presidente José Alencar. Ele disse ainda que a Petrobras tem interesse em colaborar no setor de gás.

Hoje, os produtos mais exportados pelo Brasil para a Rússia são carne e açúcar. Já a Rússia vende ao país mais produtos químicos, especialmente fertilizantes. No encontro de ontem, Primakóv reforçou o apoio da Rússia à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

No caso do embargo russo à importação de carne brasileira, José Alencar disse que as empresas russas precisam conhecer melhor o processo de produção da carne brasileira. "Partimos de uma agenda repleta de posições coincidentes, mas não nos furtaremos a conversar sobre aqueles pontos em que ainda temos algum trabalho a fazer para sintonizar nossos pontos de vista", afirmou Alencar.

12/10/2004 - 11h05

Fiéis lotam santuário no dia consagrado à Padroeira do Brasil

São Paulo, 12/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 130 mil pessoas já passaram hoje pela manhã no Santuário Nacional, maior templo mariano do mundo e a segunda maior igreja católica, localizada na cidade de Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, neste dia dedicado à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.

Nos quatro dias do feriado prolongado o número de fiéis deve chegar a 300 mil. A missa solene, iniciada às 10h, atraiu milhares de devotos da padroeira, que lotaram a Basílica. A missa foi celebrada por Dom Lonrenzo Baldisseri, núncio apostólico no Brasil. Representantes do Papa acompanharam a cerimônia.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, foram convidados a fazer a leitura da missa. Também compareceu à cerimônia a cantora Maria Bethânia para interpretar canções dedicadas à Nossa Senhora Aparecida.

As festividades ao longo do dia serão encerradas com uma procissão rumo ao Porto de Itaguaçu, percorrendo 2,5 km até o local onde a imagem da santa foi encontrada. Este ano completa um século que a imagem, encontrada nas águas do rio Paraíba, teve a coroação autorizada pelo Papa Pio X.

12/10/2004 - 10h57

Brasil contesta embargo russo à exportação de carne

Carolina Pimentel
Enviada Especial da Radiobrás a Moscou

Moscou (Rússia) - Técnicos sanitários russos e brasileiros estão reunidos na capital russa para debater a questão do embargo imposto pela Rússia à importação da carne brasileira. Nesta terça-feira, o vice-presidente, José Alencar, e o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Amauri Dimarzio, se encontraram com o vice-ministro russo da Agricultura, Alexei Gordeev. O embargo russo começou em setembro, depois da confirmação de um caso de febre aftosa na cidade de Careiro da Várzea, no Amazonas. A área não é livre da doença e nem exporta carne.

Durante o encontro, o secretário brasileiro entregou às autoridades russas um relatório sobre o processo de produção da carne no Brasil. Segundo ele, o governo russo alega que o tipo de vírus da febre aftosa registrado no Amazonas não existe na Rússia e não há como ser combatido. Dimarzio destacou que o Brasil possui a vacina e exporta para outros países.

Ele argumentou também que o Brasil vende carne para 127 países e apenas a Rússia criou o impasse. O embargo se estendeu para todos os tipos de carne produzidos no Brasil, inclusive peixe. "Eles caíram na real", disse Dimarzio. Segundo o secretário, o governo vai negociar para que os russos estipulem uma data para analisar o relatório e para que liberem imediatamente a venda de frango, já que o animal não tem relação com a doença.

Amauri Dimarzio informou que a suspensão ainda não está causando prejuízos para os produtores. Caso o embargo persista, os prejuízos podem surgir a partir de meados de novembro e podem chegar a US$ 150 milhões.

12/10/2004 - 10h06

ACM continua internado no Incor em São Paulo

São Paulo, 12/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) permanece internado no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital paulista.

Ele foi hospitalizado na tarde de domingo para ser submetido a uma bateria de exames, em procedimentos programados com antecedência, segundo informou a assessoria de imprensa do Incor.

De acordo com a assessoria, o fato de o senador ter 77 anos o check-up leva mais tempo do que o acompanhamento do estado de saúde de uma pessoa mais jovem e, por isso, ainda não há previsão de alta.

Além disso, o senador tem um histórico de cardiopatia, tendo sido submetido a uma cirurgia de implantação de três pontes de safena há 14 anos nesse mesmo hospital, onde desde então realiza os exames de rotina para a avaliação do quadro.

A equipe que atende o senador é conduzida pelo diretor-geral do Incor, José Antônio Ramires.

12/10/2004 - 9h51

Presidente está na Granja do Torto

Brasília, 12/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa o feriado de hoje, Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, na Granja do Torto. O presidente não tem qualquer compromisso oficial, informou sua assessoria de imprensa. A Granja do Torto, residência de campo do presidente da República, será utilizada por Lula até que terminem as obras no Palácio da Alvorada.

Amanhã, o presidente participa, às 10h, no Palácio do Planalto, da reunião de Coordenação Política. Às 12h, Lula despacha com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e, às 15h, com o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.

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