Senadores cobram medidas enérgicas do governo sobre espionagem

02/09/2013 - 22h15

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Senadores aproveitaram a sessão não deliberativa da tarde de hoje (2) para cobrar providências do governo quanto às denúncias de que mensagens eletrônicas da presidenta Dilma Rousseff e de seus assessores próximos foram espionadas pelos Estados Unidos.

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), manifestou “veemente repúdio”e apresentou um requerimento para um voto de censura ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Trata-se de uma clara e indisfarçável violação aos sagrados princípios de soberania nacional, injustificadamente promovida em nome da segurança dos Estados Unidos”, disse Braga, cujo requerimento ainda será apreciado na Comissão de Relações Exteriores.

A senadora Ana Amélia (PP-RS), por sua vez, lembrou que "não se pode aceitar passivamente argumentos contra o terrorismo para permitir episódios de espionagem no Brasil com injustas vantagens, inclusive comerciais, para outras nações”.

Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o fato é “gravíssimo” e não pode ser tratado apenas com manifestações de repúdio por parte das autoridades brasileiras. Para ele, a presidenta Dilma Rousseff deve tomar providências diplomáticas enérgicas. “Eu quero propor à presidenta Dilma que cancele a visita aos Estados Unidos, pois temos que ter, neste momento, gestos graves para mostrar o repúdio do Brasil, o repúdio da nação brasileira a esses atos de espionagem à própria presidenta da República, contra a autoridade maior deste país”, propôs o senador.

Os senadores reagiram às denúncias veiculadas em reportagem ontem (1º) do programa Fantástico, da Rede Globo, de que agentes de segurança dos Estados Unidos rastrearam e monitoraram e-mails da presidenta Dilma e de seus assessores. Segundo a reportagem, os documentos vazados pelo ex-consultor Edward Snowden não permitem saber o conteúdo das mensagens da presidenta, mas sim com quem ela conversou. A reportagem diz ainda que o presidente do México também teve mensagens interceptadas quando era candidato.

 

Edição: Carolina Pimentel

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