Renata Giraldi e Carolina Sarres
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, convocou hoje (2) o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de espionagem à presidenta Dilma Rousseff e assessores, conforme notícia do programa Fantástico, da TV Globo, de ontem (1º). Na conversa, Figueiredo cobrou explicações “formais e por escrito” dos norte-americanos, até o final desta semana.
“Convoquei o embaixador dos Estados Unidos ao meu gabinete e disse a ele da indignação do governo brasileiro, dos fatos constantes, dos documentos revelados, das violações das correspondências da senhora presidenta”, ressaltou Figueiredo, que conversou com Shannon por volta das 9h por cerca de uma hora. Em seguida, o ministro se reuniu com Dilma.
Na reunião com Shannon, Figueiredo disse que as suspeitas sobre o Brasil envolvendo riscos à democracia e solidez do Estado Brasileiro são inadmissíveis. “O Brasil é um país democrático, um Estado sólido, em uma região democrática e sólida, que busca a convivência com seus parceiros de forma amistosa. Não se pode admitir, nem em sonho, que é um país de risco ou problemático”, disse.
Figueiredo assegurou que a conversa com Shannon foi dura e o tom claro. “Foi uma conversa que ele [Shannon] entendeu o que foi dito. As coisas, quando têm de ser ditas de forma clara, são ditas de forma clara. Ele tomou nota de tudo o que eu disse”, ressaltou o ministro.
“Hoje é feriado [Dia do Trabalho] nos Estados Unidos, mas ele [Shannon] se comprometeu a entrar em contato com a Casa Branca, para que eles nos enviem por escrito [as explicações sobre as denúncias]. Eu quero que o governo dos Estados Unidos dê as explicações, não necessariamente o embaixador. Nós estamos esperando a resposta. Na minha conversa, ficou claro que esperamos uma resposta ainda esta semana”, disse Figueiredo.
Em seguida, o ministro ressaltou que: “A violação é inconcebível e inaceitável da soberania brasileira. Esse tipo de prática a é incompatível com a parceria estratégica entre os países. O governo brasileiro quer prontas explicações”.
Edição: Beto Coura
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