Fiocruz será responsável por coordenar exames em moradores de condomínio em Volta Redonda

18/04/2013 - 20h47

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) se reuniram na tarde de hoje (18) com representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda, no sul fluminense, para determinar como serão feitos os exames nos moradores do Condomínio Volta Grande 4, construído em local   contaminado por substâncias cancerígenas e que foi doado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) a trabalhadores da empresa.

A Fiocruz será responsável por coordenar os trabalhos no local, fornecendo dados precisos sobre o grau de infecção das pessoas, devido à exposição a resíduos químicos despejados no terreno pela CSN.

A prefeitura solicitou o trabalho de cooperação da fundação, pois a cidade não tem especialistas em toxicologia. Participaram da reunião representantes das secretarias de Meio Ambiente e Saúde, membros da comissão de moradores da localidade e o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel.

“ O trabalho é de muita responsabilidade e vai ser conduzido com transparência total. A comissão de moradores vai ter acesso livre a todos os dados levantados pela Fiocruz”, disse Rangel.

A fundação se comprometeu a atuar no local até o final do processo, atendendo a todos os moradores. A data de início do trabalho ainda não foi decidida, “já que a questão é muito complexa”. A Secretaria de Saúde faz um levantamento dos moradores atendidos no posto de saúde do bairro, com o intuito de auxiliar no processo.

Segundo a assessoria da prefeitura, o encontro teve o objetivo de esclarecer a questão da saúde dos moradores, pois os laudos feitos anteriormente não especificaram o assunto. Sobre o laudo elaborado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Rangel disse que pretende “preencher a lacuna do relatório em relação à saúde humana”. Para ele, o documento aborda a contaminação do solo, mas é vago em relação aos riscos de contágio da população.

O condomínio tem 750 moradores, distribuídos em 220 residências, em um área de 10 mil metros quadrados. O terreno foi cedido pela CSN para a construção de moradias para funcionários no final da década de 1990.

Na última quinta-feira (18), a Secretaria Estadual do Ambiente definiu prioridades para moradores contaminados pelos resíduos tóxicos. Ficou acordado, entre outros, que a CSN deverá descontaminar o terreno, realocar os moradores para residências na região e custear os exames clínicos.

Há dez dias, a secretaria multou a siderúrgica em R$ 35 milhões por doação de terreno contaminado. O valor poderá chegar a R$50 milhões caso as pessoas apresentem algum tipo de doença. No início do mês, o governo do Rio pediu a retirada das 220 famílias que vivem no local.

Edição: Fábio Massalli

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