Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - Dezesseis funcionários do Metrô do Distrito Federal foram afastados temporariamente de suas funções por suspeita de planejarem sabotar as operações da companhia, interrompendo a circulação de trens. Os metroviários da capital federal estão em greve desde o último dia 12.
Segundo a assessoria da companhia, os servidores não voltarão ao trabalho até que a Polícia Civil apure se, de fato, são eles os autores das mensagens publicadas em um site de relacionamentos pessoais. Conforme noticiou o jornal Correio Braziliense, alguns usuários do site, funcionários do Metrô-DF, planejavam sobrecarregar a capacidade energética de operação das linhas, interrompendo assim o funcionamento dos vagões.
Além de acionar a Polícia Civil, que instaurou um inquérito para investigar a denúncia, a companhia também apresentou uma notícia-crime ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Na sexta-feira (23), o Metrô-DF divulgou uma nota na qual diz que “a segurança do sistema metroviário está preservada e todos os procedimentos executados, rotineiramente, estão sendo reforçados”.
O Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô/DF) informou que, “se confirmado, o episódio se trata de um fato isolado em que pessoas que não representam o sindicato e os demais trabalhadores emitem opiniões pessoais”. A entidade adianta que caso se comprove que os autores das mensagens são metroviários sindicalizados “o descuido e os exageros” serão analisados pelo Conselho de Ética do sindicato. Segundo a entidade, não existe qualquer possibilidade de se sabotar o sistema metroviário.
O Sindmetrô/DF diz que, ao contrário da denúncia, a greve que já dura 13 dias passa “quase que despercebida” pela direção da companhia. Já o Metrô-DF, em nota, sustenta que a paralisação ocorre em um momento “inoportuno”, já que a data-base da categoria está marcada para abril.
A companhia entrou com uma ação de Dissídio Coletivo de Greve no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Duas audiências já ocorreram: uma no TRT e outra no Ministério Público do Trabalho (MP), mas não se chegou a um acordo entre as partes, já que o sindicato recusou as propostas apresentadas, inclusive a da Justiça trabalhista.
A Justiça determinou que a companhia mantivesse no mínimo nove trens nos horários do pico e seis nos horários de menor movimento. A assessoria do Metrô-DF e funcionários ouvidos pela Agência Brasil informaram que a determinação está sendo cumprida de forma a não prejudicar a população. O tempo de espera, contudo, é mais que o dobro do normal: entre 20 e 30 minutos, segundo os mesmos servidores.
A assessoria da companhia disse que o impasse não deverá ser resolvido antes do fim do recesso do Judiciário, no próximo dia 9. Os transtornos, contudo, são amenizados, segundo a assessoria, pelo fato de que o movimento nesta época do ano costuma ser 30% inferior que o normal.
O governo do Distrito Federal determinou que a frota de ônibus fosse reforçada. De acordo com a assessoria da companhia, o movimento nas estações pode ser considerado normal para esta época do ano.
Edição: Fernando Fraga