Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Feira dos Importados, um dos principais centros de comércio popular de Brasília, deverá receber hoje 50 mil consumidores que deixaram a compra do presente de Natal para a última hora. Durante o ano, o número de frequentadores na feira varia de 35 mil a 40 mil, segundo Izilda Nascimento de Souza, vice-presidente da Cooperativa de Consumo dos Empreendedores da Feira dos Importados.
De acordo com ela, o movimento acima do normal, às vésperas do Natal, não é novidade para os 2.096 cooperados da Feira dos Importados, conhecida popularmente como Feira do Paraguai. A expectativa da cooperativa é que o movimento, devido ao período natalino, cresça, em dezembro, 30% ante novembro deste ano.
“O brasileiro tem o costume de deixar tudo para a última hora. Mesmo porque, às vezes, ele também recebe um convite de última hora e precisa providenciar um presente”, disse Izilda. Ela destaca que, nos 15 anos de existência da feira, nunca foi diferente, principalmente porque as pessoas fazem pesquisas em shoppings, lojas de departamento e correm à feira para tentar negociar preços mais em conta.
Mesmo com o crescimento das vendas em dezembro em comparação a novembro, Izilda Nascimento reclama das vendas em 2011. Para ela, este não foi um ano bom, embora ainda não tenha os números definitivos das vendas de dezembro. “Acho que ficou aquém do Natal do ano passado, quando as vendas foram muito melhores. Está difícil devido à crise.”
A enfermeira Márcia Manggini é uma dessas pessoas que deixou a compra de Natal para a última hora. Segundo Márcia, isso ocorreu porque faltou tempo em consequência dos compromissos profissionais. Para ela, a feira é sempre uma boa alternativa por causa da diversidade de produtos e dos descontos. “Aqui, é sempre mais em conta e a gente consegue negociar mais descontos.”
Vicente de Paula Santos, militar, morador de Minas Gerais, até que planejou as compras com antecedência, mas não pôde escapar da correria de última hora porque teve que ir à feira acompanhar a filha e os netos. “Eu entendo. Porque, além dos preços, sempre têm novidades. Mas, no meu caso, fiz tudo planejado”.
Com bom-humor e sem dar importância ao grande número de pessoas em frente às barracas, o comerciante goiano Maxdelber de Jesus Gonçalves disse que não adianta ficar estressado porque o brasileiro é assim mesmo. Planeja o ano todo as compras, mas só as faz de última hora, antes do Natal.
A menos de 10 quilômetros da feira e no centro de Brasília, o movimento de consumidores em um dos shoppings mais antigos da cidade também era grande. Vivian Teles, que está desempregada, reclamava do preço dos produtos. Segundo ela, ficaram mais caros para quem foi às compras na última hora. “Está cheio e tem muita fila. Os produtos estão mais caros do que antes. Semana passada, tava um preço e os valores agora estão mais altos”.
Vanessa Cristina Azevedo, doméstica, entrou, comprou o presente e saiu o mais rápido possível do shopping. “Não dá para suportar tanta gente dentro das lojas. As filas estão imensas”. Ao lado do shopping, os camelôs também faturavam.
Edição: Lana Cristina