Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O representante da área educacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Timothy Ireland, propôs hoje (18) o desenvolvimento de um plano piloto, em parceria com o governo federal, que permita aos presos maior acesso à cultura por meio leituras de livros e revistas.
Essa proposta, com base no projeto da Unesco denominado Uma Janela para o Mundo, de incentivo à criação de bibliotecas no meio prisional, foi apresentada durante encontro com representantes do governo federal, no estande do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), na 21ª Bienal Internacional do Livro, no pavilhão de Exposições do Anhembi, na zona norte da cidade de São Paulo.
A ideia é a de elaborar, no prazo de um mês, um plano para aperfeiçoar o trabalho já existente nas quatro penitenciárias federais: Porto Velho, em Rondônia; Mossoró, no Rio Grande do Norte: Campo Grande, em Mato Grosso: e Catanduvas, no Paraná. E, posteriormente, estender a experiência para toda a população carcerária do país. “Temos que abrir um leque de alternativas para ressocializar”, defendeu Ireland.
Segundo ele, dados do Ministério da Justiça indicam que apenas 10,35% da população carcerária do país têm algum tipo de atividade educacional. O perfil da maioria dos presos – 73,83% - é de jovens entre 18 e 34 anos, pobres, negros e com baixa escolaridade. Mais da metade (66%) não chegaram a concluir o ensino fundamental.
Entre as ações está a de multiplicar o número de educadores tanto para a alfabetização como para orientações sobre a escolha dos livros e compreensões do conteúdo. Além dos professores selecionados para a tarefa, os próprios presos poderão cumprir essa missão depois de terem recebido a formação cultural necessária.
Edição: João Carlos Rodrigues