Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Faltando quatro meses para o fim de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou hoje (18) não ter conseguindo aprovar a reforma tributária em seu governo. Ao participar de uma homenagem prestada por contabilistas, Lula disse que “pensou que as pessoas realmente quisessem a reforma tributária”. No entanto, ao longo da discussão no Congresso Nacional, percebeu que isso não era verdade.
“Existe um inimigo oculto para a reforma tributária, que, na frente, diz que quer fazer, por dentro, trabalha para não sair”, disse o presidente ao lembrar que, em abril de 2003, logo após assumir a Presidência, enviou a proposta de reforma tributária ao Congresso. Elaborada pela equipe econômica, com a colaboração de setores da sociedade, de acordo com Lula, a proposta ainda está para ser votada.
O presidente também reclamou da política fiscal que vem sendo adotada por alguns estados que, na sua visão, se lançaram em uma verdadeira guerra fiscal. “Ninguém quer perder absolutamente nada. Ninguém abre mão do dinheiro que já tem. Agora, temos uma outra guerra fiscal nesse país. Temos alguns estados reduzindo o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] para poder importar. Os estados se lançaram em uma guerra fratricida [entre irmãos]”, queixou-se.
Lula voltou a defender a criação de um ministério específico para a micro e a pequena empresa, mas disse que deixaria para seu sucessor a tarefa de implantá-lo. Ele destacou a importância das pequenas empresas como geradoras de empregos no Brasil. “Nós estamos a quatro meses de deixarmos o governo. Eu pensei em criar o Ministério da Micro e Pequena Empresa, mas resolvi que não era bom criar esse ministério no final de mandato e, então, deixei essa [medida] para quem estiver no governo a partir do próximo ano”, disse o presidente.
Edição: Lana Cristina