Exportações brasileiras devem crescer 12% em 2010, prevê AEB

28/12/2009 - 14h30

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As exportaçõesbrasileiras deverão atingir em torno de US$ 170,7 bilhões em 2010,com crescimento de 12% em comparação ao resultado de US$ 152,4bilhões projetado para 2009, de acordo com previsão divulgada hoje(28) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).Em contrapartida, asimportações deverão aumentar cerca de 24%, por causa da taxa decâmbio e do crescimento interno, considerando uma elevação de 5%do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviçosproduzidos no país. Isso levará a um superávit de US$ 12,2 bilhõesna balança comercial. O resultado representará, contudo, uma quedade 48,9% em relação ao saldo de US$ 23,9 bilhões estimado para2009.O vice-presidente daAEB, José Augusto de Castro, afirmou à Agência Brasil que,com o aumento de 12% nas exportações e de 24% nas importações, “ocomércio exterior, em 2010, vai oferecer uma contribuição negativapara o crescimento do PIB. Ou seja, se não fosse o comércioexterior, o PIB poderia crescer mais ainda”. O impacto da balançaserá de um a 1,5 ponto percentual negativo no PIB, estimou.Castro avaliou que,mais uma vez, o Brasil vai continuar dependendo das commodities(produtos agrícolas e minerais comercializados no exterior),“porque, com a atual taxa de câmbio, os produtos manufaturados nãotêm competitividade no mercado externo. Eles vão lutar apenas paramanter os parâmetros atingidos em 2009”.Segundo ovice-presidente da AEB, o Brasil depende 70% das cotações dascommodities. Se elas se comportarem como ocorre atualmente, ocenário será de superávit comercial. Se, ao contrário, forregistrada queda nas cotações, em especial nos complexos soja e deminérios, “poderemos até ter uma surpresa de ter um déficitcomercial. Vamos depender muito das cotações das commodities.”De acordo com ele, háduas dúvidas em relação ao comércio exterior brasileiro em 2010.Uma delas se refere à soja, porque em 2010 devem coincidir trêssupersafras no Brasil, Argentina e Estados Unidos. “Até agora, ospreços estão mantendo a média de 2009, o que é bom para oBrasil”. A confirmação das três supersafras, entretanto, podeter um efeito negativo para o país.A segunda dúvida dizrespeito ao aço. Castro salientou que há uma produção excedentede 500 milhões de toneladas em em todo o mundo, “Até agora, nãohouve impacto nos preços. Mas, caso ocorra, vai afetar minério deferro, gusa, o próprio aço e semimanufaturados de aço, que têm grande peso na balança comercial brasileira”.