Áreas protegidas podem evitar emissão de 300 bilhões de toneladas de carbono

08/12/2009 - 17h34

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Amanutenção de áreas protegidas pode contribuir significativamente paraa mitigação de gases de efeito estufa, segundo relatório lançado hoje(8) por organizações ambientalistas internacionais durante a 15ªConferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) emCopenhague. De acordo com a publicação, cerca de 15% do estoquemundial de carbono terrestre está armazenado nessas áreas, e apreservação pode evitar a emissão de pelos menos 300 bilhões detoneladas de gases estufa. Além de manter o carbono longe daatmosfera, as áreas protegidas têm outras funções no enfrentamento dasmudanças climáticas, como a redução de impactos de eventos extremoscomo enchentes, deslizamentos de terra e tempestades. O fornecimentode água potável, a manutenção da biodiversidade e a regulação do climatambém estão entre os serviços ambientais prestados pelas áreasprotegidas listados no relatório. As organizações, entre elas oPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o BancoMundial, o WWF e a The Nature Conservancy (TNC), argumentam que apreservação de áreas protegidas deve ser reconhecida como uma açãorelevante de redução de emissões, com garantia de financiamentointernacional. A inclusão de um instrumento para compensarfinanceiramente a manutenção de florestas, o mecanismo de Redução deEmissões por Desmatamento e Degradação (REDD), deve estar entre ospontos do novo acordo climático global, que deve ser definido emCopenhague para complementar o Protocolo de Quioto após 2012.  OBrasil é um dos maiores interessados na compensação financeira daredução do desmatamento, já que as derrubadas são responsáveis porcerca de metade das emissões nacionais de gases de efeito estufa. Deacordo com o relatório lançado hoje, somente na Amazônia brasileira, amanutenção de áreas protegidas pode evitar a emissão de 8 bilhões detoneladas de carbono até 2050.