Agência de classificação de risco mantém grau de investimento do Brasil

08/12/2009 - 21h11

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A agência de classificação de risco Standard& Poor's manteve hoje (8) o grau de investimento para o Brasil, masfez uma advertência em relação à situação fiscal do país. Apesar de asperspectivas de evolução da dívida brasileira terem ficado estáveis, aagência alertou para o risco de que os gastos públicos continuem aaumentar no próximo ano.De acordo com a agência, o governobrasileiro tem o desafio de retirar os estímulos à economia – comoreduções de impostos – em pleno ano eleitoral, quando as pressões parao relaxamento da política fiscal e a alta nos gastos são maiores."Umapostura fiscal relaxada por muito tempo prejudicará a dinâmica dadívida governamental, complicará a política monetária e elevará adependência do país de recursos externos", afirmou a Standard &Poor's em comunicado. "O compromisso do governo com a prudência fiscalcontinua sendo um elemento chave em nossa análise do rating, uma vezque os indicadores fiscais do Brasil ainda se mostram fracos."Emboratenha manifestado preocupação com o quadro fiscal no médio prazo, aStandard & Poor's destacou que a recuperação econômica representauma oportunidade de melhoria da gestão das contas públicas em 2010.Isso porque a arrecadação aumentará e os juros, que foram reduzidospara estimular a economia durante a crise financeira, permanecerãobaixos por algum tempo, ajudando a reduzir a dívida."A forterecuperação econômica do Brasil vai apresentar aos formadores depolítica uma oportunidade para melhorar a posição de crédito do governoconsolidando sua situação fiscal, mantendo a inflação sob controle epromovendo o desenvolvimento de investimentos privados no médio prazo",ressaltou o comunicado. A agência projeta crescimento de 5,8% noProduto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.O grau deinvestimento representa a garantia de que o país tem capacidade dehonrar os compromissos e pagar as dívidas interna e externa. Essaclassificação permite ao Brasil atrair recursos de fundos deinvestimentos estrangeiros, que só aplicam onde o risco de calote ébaixo.A primeira vez que a Standard & Poor's concedeu o grau de investimento ao Brasil foi em abril de 2008. Um mês depois, a Fitch também elevou a classificação do país. Em setembro deste ano, foi a vez da Moody's, última das três principais agências de análise de risco, a incluir o Brasil nessa categoria.