Transferência irrestrita de tecnologia é que vai definir compra de aviões para a FAB, diz Jobim

08/10/2009 - 17h06

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um ponto que vai contribuir paradefinir em que mercado o Brasil vai adquirir os 36 caças paraa Força Aérea Brasileira (FAB) poderá ser “qualdos três concorrentes terá a autorizaçãode seu país de fazer a irrestrita transferência detecnologia, sem nenhum segredo, para o Brasil”, afirmou hoje (8) o ministro daDefesa, Nelson Jobim, para quem, sem isso,a proposta dos concorrentes “estará descartada”.Participam da concorrência osEstados Unidos, com a empresa Boeing, fabricante do caça F-18;a francesa Dassault, com o Rafale; e a Suíça Saab, como caça Gripen NG. Jobim disse que, no momento, apreferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva épela Dassault, em função da parceria estratégicacom a França “e, também, pela afirmaçãodo presidente [Nicolas] Sarkozy da transferênciairrestrita de tecnologia”.Ele ressaltou, contudo, que épreciso ver a proposta da empresa fabricante dos caçasfranceses, porque se trata de uma empresa privada, na qual o governofrancês tem participação, mas não ocontrole. “As ações que ogoverno francês tem na Dassault são preferenciais, semdireito a voto. Portanto, tem que saber se a Dassault, nas propostasque fizeram à FAB, e que estão sendo examinadas, estãotrazendo ou não [a questão da transferênciairrestrita de tecnologia]. Eu creio que sim, mas vamos ter queverificar”, disse.A FAB vai examinar todos os demaisaspectos tecnológico, operacional e técnico. Jobimafirmou, contudo, que a transferência de tecnologia “éo ponto fulcral de qualquer tipo de decisão. Você ter,por exemplo, um aparelho 5% ou 10% superior a outro em termosoperacionais, mas que importa em não transferir tecnologia,está descartado”, reiterou. A decisão final sobre oassunto será levada pelo presidente da República aoConselho Nacional de Defesa. A expectativa é que a conclusãoseja divulgada até o fim deste mês.