Brasil será dependente de gás por muito tempo, estima Gabrielli

08/10/2009 - 17h48

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Vai demorar muito para o Brasil setornar autossuficiente na produção de gásliquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, admitiuhoje (8) o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. “Éuma questão físico-química. Não dápara a gente exigir do óleo mais do que ele pode dar. Então,não vejo a menor possibilidade de que nos tornemosautossuficiente na produção de GLP, mesmo em umhorizonte longo”, disse.As projeções dopresidente da Petrobras foram feitas com base em uma estimativa decrescimento do consumo de GLP da ordem de 1,7% ao ano até2020, enquanto o gás natural residencial crescerá cercade 5,4%.“Haverá uma substituiçãonatural do GLP pelo gás natural principalmente nas principaisáreas urbanas do país, mas ainda assim nãohaverá como produzirmos o suficiente para o nosso próprioconsumo”, afirmou.Gabrielli ressaltou que a Petrobrasestá investindo US$ 50 bilhões na construçãode cinco novas refinarias e que, exceto o Polo Petroquímico doRio de Janeiro (Comperj), todas produzirão GLP, mas aindaassim em volume insuficiente para atender ao mercado.O presidente do Sindicato dasDistribuidoras de Gás (Sindigas), Sérgio Bandeira deMello, tem uma expectativa mais otimista sobre a produçãode GLP. Ele não acredita que o consumo de gás crescerános próximos anos a ponto de superar as 16 milhões detoneladas/ano, volume a ser produzido pelo país até2030, conforme estimativa da Empresa de Pesquisa Energética(EPE).“Na nossa visão agente vaiter autossuficiência e nos tornarmos exportadores de GLP,porque não acreditamos que a demanda vá crescer nessaproporção”, disse. Bandeira de Mello informou, ainda,que a capacidade de produção do mercado interno éhoje de 6 milhões de toneladas/ano, para um consumo de 6,4milhões de toneladas por ano, volume que deverá saltarpara 9 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 40%.