BNDES aumenta para R$ 5 bilhões os recursos para o setor de tecnologia da informação

08/10/2009 - 20h00

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O aumento da demanda de projetos deinvestimento na área de informática e tecnologia dainformação (TI) estimulou o Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a elevar de R$ 1bilhão para R$ 5 bilhões o orçamento do seuPrograma para o Desenvolvimento da Indústria Nacional deSoftware e Serviços deTecnologia da Informação (Prosoft). O anúnciofoi feito hoje (8) pelo banco.Somente no período janeiro ajulho deste ano, a carteira de projetos em análise no BNDESProsoft totaliza R$ 1,4 bilhão. “É um futuro dedesembolsos”, disse à Agência Brasil o chefe doDepartamento de Indústria Eletrônica do BNDES, MaurícioNeves. O valor corresponde à metade da carteira de projetos doProsoft no acumulado dos três últimos anos, atéjulho de 2009, da ordem de R$ 2,8 bilhões. “A carteira estámuito grande”, disse Neves.

O BNDES Prosoft tem oobjetivo de apoiar e promover o crescimento da indústrianacional de tecnologia da informação e suainternacionalização. O programa se subdivide em ProsoftEmpresa, Prosoft Comercialização e Prosoft Exportação.No Prosoft Empresa, que visa apoiar o plano de negócios dascompanhias, o destaque é a participação dasmicro, pequenas e médias empresas (MPEs), que respondem porcerca de 85% das 108 operações diretas realizadas desde1999.

Maurício Nevesressaltou a diversidade e a criatividade das pequenas e médiasempresas nacionais de informática e TI. “Como o mercadointerno de software (programas de computador) no Brasil émuito representativo, existe um conjunto enorme de oportunidades paraas empresas, que elas aproveitam das mais diversas formas”,afirmou. Entre elas, citou o desenvolvimento de softwares deprodutos em nichos específicos e a prestação deserviços de TI.

Na avaliaçãode Neves, mais importante ainda do que os recursos emprestados peloProsoft é o incentivo à melhoria de gestão. “Acontrapartida do Prosoft em relação aos recursos estámuito ligada à governança, à gestão.Então, uma das coisas que o Prosoft impulsiona as pequenas emédias empresas é para esse lado. É como se agente estivesse preparando um ativo para, no futuro, ele vir a sermais atrativo para outro investimento e, quem sabe, chegar ao mercadode capitais”, afirmou. Isto significa profissionalizar as pequenase médias empresas, completou.

O engenheiro destacoutambém a ocorrência de dois movimentos significativos nolado das grandes empresas. Um deles está ligado a processos deconsolidação, como fusão e aquisição,“e até a criação de grupos empresariais maisfortes”. Neves lembrou que a própria Política deDesenvolvimento Produtivo (PDA) estabelece como meta a criaçãode dois grupos nacionais com faturamento superior a R$ 1 bilhão.“Essa é uma lógica que permeia muito o movimento dasgrandes empresas”, disse.

As companhias de grandeporte objetivam também conquistar uma posição demaior destaque no mercado exterior. “Existe uma baita chance de oBrasil se colocar no cenário internacional de maneira muitopositiva, talvez sendo a melhor alternativa em software e TI”.Para isso, ele considera importante que existam no paísgrandes empresas, cujos serviços podem ser contratados juntoao segmento das MPE.

O BNDES Prosoft foicriado em 1999 e tem prazo de vigência até 31 de julhode 2012. O banco considera que a Política de DesenvolvimentoProdutivo do governo federal, lançada no ano passado,contribuiu para a expansão da demanda por recursos dainstituição.