Da Agência Brasil
Brasília - Em 19 de novembro de 2007, uma jovem de 15 anosfoi libertada após passar quase um mês em uma cela dacarceragem da Polícia Civil com 20 homens em Abaetetuba, nointerior do Pará. O caso foi descoberto por uma denúnciado Conselho Tutelar da cidade. A jovem relatou que durante o períodoem que esteve presa, foi vítima de violência físicae sexual. Foi espancada e queimada por alguns detentos. A adolescente foi presa em flagrante por furto. Naépoca, a polícia afirmou que não sabia que amenina era menor de idade. Os delegados disseram que a jovem mentiu aidade. Como a cidade não possui carceragem feminina, a adolescentedeveria ficar sob a custódia da polícia até aJustiça autorizar a transferência para a penitenciáriada capital, Belém.
Mas, os moradores da cidade e outrospresos contam que todos tinham conhecimento da situaçãoda menor. Inclusive a juíza da cidade, Clarice Maria deAndrade, que manteve a prisão.
Após o caso, que teve repercussão nacional, a menor e sua família vivemfora do estado. Eles foram ameaçados de morte pordesconhecidos. Uma comissão interministerial e um grupo dedeputados da CPI do Sistema Carcerário investigaram eacompanharam a situação de Abaetetuba.
O delegado-geral da PolíciaCivil do Pará, Raimundo Benassuly, entregou o caso apósafirmar em depoimento que a adolescente devia ser “deficientemental” por ter mentido a idade. A delegada Flávia Verônica,que lavrou a ocorrência de furto da jovem, foi afastada dapolícia.