Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após 52 dias de chuva, que resultaram em maisde 700 pessoas desabrigadas e seis mortes, o governo de SantaCatarina decretou no fim da tarde de hoje (22) situação deemergência em todo o território estadual. A medida seráadotada, segundo o ocoordenador da Defesa Civil estadual, major Márcio Alves, também pela dificuldadede alguns municípios de providenciar os trâmites burocráticospara os decretos, devido ao isolamento. Essas cidades passam a ter assim tratamento prioritário também pelo governo estadual na recuperação dos prejuízos provocados pelas semanas seguidas de chuvas e vendavais. Aperspectiva de que as chuvas continuem de formasignificativa sobre o estado preocupa as autoridades. “É umasituação que está grave e tende a piorar cadavez mais com a seqüência das chuvas”, afirmou Alves, apósreunião com o governador Luiz Henrique da Silveira. Ogoverno também decidiu ativar imediatamente um grupo de açõescoordenadas, composto por representantes de todas as secretariasestaduais, para implementar ações preventivas e deamparo às vítimas dos alagamentos e desmoronamentos. Oúltimo boletim divulgado pela Defesa Civil catarinense, natarde de hoje, mostra que 746 pessoas estão desabrigadas edesalojadas. Uma pessoa morreu soterrada em Brusque apósdeslizamento. No município de Gaspar, foi comunicada aocorrência da explosão de um gasoduto, que provocou umburaco no asfalto e levou à interdição daBR-470, além de ter causado o incêndio de uma casa. EmNavegantes, há mais de 100 pessoas desabrigadas, e emBalneárioCamboriú umhospital atingido pelo desmoronamento de barranco teve duas alase a cozinha comprometidas, com necessidade de remoçãode pacientes. ADefesa Civil recomenda atenção da populaçãopara que evite o trânsito nos locais alagados e fique atenta aqualquer sinal de deslizamento. No caso de emergência, aspessoas devem ligar para o 199.Enquanto Santa Catarina sofre com as chuvas, centenas de municípios do Nordeste e do norte de Minas Gerais decretaram situação de emergência em virtude uma seca prolongada que durou quase oito meses. As primeiras chuvas começaram a cair nas últimas semanas, mas, conforme apurado pela Agência Brasil em reportagens em municípios mineiros e baianos, dificilmente os prejuízos serão recuperados, pois o período chuvoso naquelas regiões chegou com atraso e as médias pluviométricas diminuem ano a ano.