Minc diz que leilão do boi pirata dependerá de conversa com desembargadores

04/08/2008 - 22h52

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que o próximo leilão das cerca de 3 mil cabeças de gado apreendidas na Estação Ecológica Terra do Meio, no Pará, dependerá da conversa que terá quarta-feira (6) com desembargadores federais. “Nós vamos mostrar nessa conversa com os desembargadores federais que estamos seguindo a lei”, afirmou.Minc disse estar confiante numa solução rápida para a questão. Para ele, o alto valor do preço mínimo exigido foi a causa do fracasso dos três leilões realizados até agora. Entretanto, o ministro ressaltou que o objetivo principal da Operação Boi Pirata está sendo cumprido.“O objetivo dessa operação era retirar 30 mil cabeças de gado que estavam devastando a unidade de conservação. Cerca de 20 mil foram retiradas, ou seja, a operação foi um sucesso. Mas essa retirada provocou uma quebra no preço do gado dessa região. Então, no primeiro leilão não vendeu, pois estava muito acima do preço praticado, no segundo também não, e no terceiro tinham cinco compradores. Só não foi vendido porque um juiz federal deu, no sábado à noite, uma liminar dizendo que o preço de mercado era o primeiro preço do primeiro leilão.”Na primeira tentativa de leilão, foi exigido R$ 4,9 milhões como preço mínimo. No leilão seguinte, o valor inicial foi R$ 3,1 milhões. Na terceira tentativa, o Ibama tentou reduzir o preço mínimo para R$ 1,4 milhões, mas uma liminar impediu o deságio. O quarto leilão, que ocorreria amanhã (5), foi cancelado.Minc reconheceu, entretanto, que a venda dos animais apreendidos é necessária. “É importante também vender esse gado, até para custear essa operação e outros programas, como, por exemplo, o de proteção a terras indígenas em unidades de conservação”. Segundo cálculo do Ibama, até o dia 18 de julho os gastos com a operação tinham sido de R$ 721.733,92.