Em Roraima, CNA e governo do estado criticam reservas indígenas em áreas de fronteira

04/08/2008 - 21h34

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo de Roraima ea Confederação da Agricultura e Pecuária doBrasil (CNA) divulgaram na noite de hoje (4) carta em que criticam ademarcação de terras indígenas em áreasde fronteira. O documento traduz as conclusões do 1ºSeminário Nacional de Produtores Rurais e DesenvolvimentoSustentável em Áreas Fronteiriças, realizado emBoa Vista. "Não érecomendável a demarcação de imensas reservasindígenas na faixa de fronteira, nos moldes atualmentepropostos pelo governo federal, sobretudo na Amazônia, regiãode baixa densidade populacional que faz limite com paísesonde imperam grupos paramilitares e de narcotraficantes quefacilmente ultrapassam as fronteiras nacionais", alerta a carta.“A soberania sobre aAmazônia brasileira deve ser exercida de forma efetiva,materializada num projeto de desenvolvimento sustentável queatenda aos interesses do Brasil e dos 25 milhões debrasileiros que habitam a região e a justificam comoterritório pátrio, apesar da evidente ausência de poder e do vazio demográfico", acrescentam ossignatários.O documentoaprovado por lideranças rurais, produtores e tambémindígenas, ressalta que o estado de Roraima necessita de“condições para promover o seu própriodesenvolvimento e autonomia". Contém ainda críticasao laudo antropológico que resultou na demarcaçãoda Terra Indígena Raposa Serra do Sol em área contínua,definido como “ irreal, sem valor legal”, que contraria “direitosadquiridos sobre terras tradicionalmente ocupadas por não-índios.”