Governo poderá acionar na quinta-feira plano para suprir gás da Bolívia, diz ministro

20/04/2007 - 21h20

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo brasileiro avalia a possibilidade de acionar, na quinta-feira (26), um plano de contingência para minimizar os efeitos da redução do fornecimento de gás natural para o Brasil, caso a crise na Bolívia não chegue a um bom termo este final de semana. A afirmação é do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.Ele informou ter mantido contato telefônico pela manhã com o ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas, e que este lhe afirmou que o fornecimento ao mercado brasileiro será prioridade durante o período de crise.Segundo Rondeau, em um primeiro momento, não há qualquer possibilidade de o consumidor brasileiro vir a ser prejudicado pela redução no fornecimento de gás natural ao país, em razão de protestos de camponeses em províncias do sul da Bolívia e que reduziu à metade a produção do campo de San Alberto, operado pela Petrobras. “Os consumidores finais são prioridade no plano de contingência e seriam os menos atingidos”, afirmou.O ministro disse, ainda, que a prioridade inicial do governo boliviano é garantir o abastecimento do seu próprio mercado, em seguida é a de atender ao mercado brasileiro e depois o da Argentina”.Rondeau adiantou, ainda, que a ocupação de uma das instalações que separa o condensado do gás natural na Bolívia está reduzindo a produção de gás no campo de San Alberto. “Dos 10 milhões de metros cúbicos diários de gás natural retirados do campo, somente 3,2 milhões estão sendo extraídos”.Em conseqüência desta redução, ainda segundo Rondeau, a Bolívia teve que reduzir parte do fornecimento de 5 milhões de metros cúbicos do produto disponibilizados diariamente para a Argentina. Também foi suspenso o fornecimento de 1,2 milhões de metros cúbicos importados pela Shell para atender o mercado de Cuiabá – no Mato Grosso; e outros 600 mil metros cúbicos importados pela BG para atender ao mercado da Congas, em São Paulo.“O fornecimento de gás para a Petrobras não foi, até agora, absolutamente afetado pela crise”, garantiu o ministro. Segundo ele, o governo brasileiro mobilizou desde ontem (19) a equipe que trata do Plano de Contingência.“Ainda não houve necessidade de ativar o plano, mas estamos trabalhando para garantir que, em caso da situação não se normalizar até o próximo domingo nós teremos mais quatro dias para acionar o plano de contingência”, informou.