Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje (20) que ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm sempre em mente que as propostas de desenvolvimento econômico devem respeitar a questão ambiental. Por isso, acrescentou, ela se sente respaldada por Lula em suas ações à frente da pasta e nas alterações na estrutura do ministério, programadas para os próximos dias. "Ninguém pára uma estrada que está sendo asfaltada contra a militância veemente de 18 prefeitos e dois governadores e uma massa de opinião pública se não tiver o respaldo do presidente. Ninguém nega um licenciamento ambiental como foi o caso de Ipueras, no primeiro leilão do setor elétrico, se não for respaldado pelo presidente", disse. "Ninguém determina a retirada de águas do rio São Francisco de 146 metros cúbicos por segundo para 26 metros cúbicos por segundo sem ter o respaldo do presidente. Se eu disser que tudo foi feito apenas por mim, estaria usurpando quem tem poder para fazer isso".Segundo ela, as mudanças prevista para o ministério não têm nenhuma ligação com a decisão, ainda não definitiva, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de não conceder o licenciamento ambiental para a construção das hidrelétricas Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira, no Amazonas.Em entrevista, ela negou que o iminente afastamento do presidente do Ibama, Marcos Barros, tenha a ver com possíveis descontentamentos do presidente com a demora do órgão em conceder o licenciamento ambiental para a construção das usinas no rio Madeira. Segundo ela, o que foi publicado pelos jornais "sobre declarações de terceiros atribuídas ao presidente Lula não reflete a realidade".Depois de confirmar o pedido de afastamento de Barros desde o ano passado, e informar que ainda não existe um substituto escolhido, Marina confirmou outras alterações na estrutura da pasta.Ela afirmou que o atual secretário-executivo do Ministério, Cláudio Langone, será substituído pelo atual secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco. Langone não sairá do ministério: ele ocupará a Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, ainda a ser criada.