Sarney oferece jantar a senadores e convenção do PMDB é o assunto da noite

09/12/2004 - 21h54

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em meio à crise interna do PMDB, que decide em convenção nacional, no próximo domingo, se permanece na base de sustentação do governo federal, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ofereceu na noite de hoje um jantar de confraternização de final de ano para os senadores em sua residência oficial. No jantar, parlamentares do governo e da oposição dividiram as expectativas sobre o futuro do PMDB na base aliada.

Bem-humorado, Sarney disse que se fosse presidente do partido o PMDB não estaria vivendo o racha que enfrenta hoje. "Nós não teríamos o que tivemos agora, que é muito ruim para o partido. Mas, na minha idade, ter essa missão não seria mais sensatez, mas seria até prova de uma certa tonteria, como dizem os espanhóis", disse.

Para o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o partido vive um momento difícil, que pode ser superado em curto prazo. "Eu tenho expectativa que a gente venha reconstruir a unidade para que o partido possa ressaltar o seu papel na conjuntura nacional", afirmou.

Calheiros garantiu que 20 dos 23 senadores e 46 dos 76 deputados peemedebistas defendem a permanência na base do governo. ambém criticou a convenção marcada para o próximo domingo que, segundo ele, foi convocada com muitos problemas. "O desembarque (da base) não vai acontecer. A sustentação se dá no Parlamento, e é isso que tem que mover o partido. Não dá para você fazer convenção, tentar inverter essa correlação, essa realidade, porque o partido vai continuar cumprindo esse papel, e é isso que o país quer", afirmou Renan.

O líder não quis arriscar um resultado para a convenção, mas disse que ela "não deve ser levada em consideração" uma vez que a Executiva Nacional do partido adiantou as discussões sobre o mérito da questão.Mesmo com a expectativa em torno da convenção, o presidente José Sarney resumiu o clima do jantar de confraternização dos senadores: "Aqui, nós não temos discursos e apartes. Apenas o espírito do Senado, que é o gosto da convivência. É uma Casa em que o mandato é maior e cria entre os senadores, além do terreno das divergências, um terreno de amizade, de estima, e de carinho que faz com que possa ser sempre tranqüila e, ao mesmo tempo, que todos tenham amizade uns pelos outros".