BNDES aguarda proposta técnica para financiar projeto da Vale em Moçambique

16/11/2004 - 16h33

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está interessado em financiar a Companhia Vale do Rio Doce no projeto do carvão de Moatize, em Moçambique, e aguarda apenas uma proposta técnica concreta da empresa para aprovar o empréstimo. O valor do empréstimo vai depender do projeto. Apesar disso, o vice-presidente do BNDES, Darc Costa, chegou a informar a um jornal paulista que o financiamento poderia ser de U$125 milhões.

Em Moatize se localiza a maior província carbonífera inexplorada do mundo, com reservas estimadas em 2,4 bilhões de toneladas. O depósito permite a extração de carvão coqueificável e carvão energético. A Vale ganhou a concorrência internacional para explorar carvão em Moatize junto com a American Metals and Coal International (AMCI), e tem 95% de participação no consórcio.

O presidente da Vale, Roger Agnelli, informou hoje, nesta capital, que os investimentos preliminares da empresa na região chegam a US$ 1 bilhão, dependendo do resultado dos estudos de viabilidade que serão iniciados em janeiro de 2005. O valor inclui o pagamento da concessão, da ordem de US$ 122,8 milhões. Agnelli afirmou que a indústria de aço brasileira é um mercado natural para o carvão coqueificável. Para o carvão térmico, as oportunidades estão concentradas na África Austral.

O presidente do BNDES, Carlos Lessa, e seu vice, Darc Costa, acompanharam Agnelli em uma viagem a Moçambique este ano, quando manifestaram a intenção de apoiar o projeto de Moatize. O BNDES já enviou carta à direção da CVRD confirmando que o apoio é possível, informou a assessoria de imprensa do banco.

Com a exploração das reservas de Moatize, a expectativa da Vale, que já é a maior mineradora do mundo, é figurar até 2015 entre as cinco maiores exportadoras mundiais de carvão. A estimativa é de que o projeto moçambicano entre em operação em 2009. Com Moatize, a Vale entra definitivamente como operadora no mercado de carvão. A companhia já participa em parcerias para a produção de carvão na China, com investimentos totais de US$ 113 milhões.

Com informações da Assessoria de Imprensa do BNDES.