Ditadura de Vargas foi projeção de Hitler, Franco e Mussolini, diz Almino Afonso

24/08/2004 - 13h03

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - Cientistas políticos, historiadores, e os ex-ministros do governo João Goulart, Almino Afonso (do Trabalho) e Armando Monteiro Filho (da Agricultura), participam hoje de um seminário na Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, em homenagem aos 50 da morte do ex-presidente Getúlio Vargas.

Para o ex-ministro Almino Afonso, o período ditatorial do Estado Novo, entre 1937 e 1945, deixou lembranças dolorosas e marcou a era Vargas. "Podemos dizer que isso era uma projeção do que se passava no mundo. Basta lembrar Hitler, Franco e Mussolini, mas não justifica algo que foi um período doloroso".

O ex-ministro lembrou, entretanto, que o governo Vargas trouxe benefícios significativos para a economia brasileira, com a implantação da Companhia Vale do Rio Doce e da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, além das questões trabalhista e previdenciária. "O que tínhamos de leis relativas à questão social eram de pouca projeção. Havia uma lei que previa 15 dias de férias, mas o conjunto da obra trabalhista, que termina consolidada na CLT, foi obra de Getúlio, bem como a organização da previdência social".

Segundo Afonso, as homenagem a Vargas são importantes porque contribuem para a reflexão sobre o legado político do ex-presidente. "Eventos como esse poderão contribuir não apenas para subsidiar os jovens no futuro, mas também para os homens maduros de hoje olharem a realidade e reaprenderem a boa lição deixada por Getúlio", conclui.