Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O jornalista Flávio Tavares lançou hoje o livro "O Dia em que Getúlio Matou Allende", na Biblioteca do Senado, onde reuniu "companheiros de luta, prisão, exílio e clandestinidade", como o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, o deputado Ricardo Zaratini (PT-SP), e o colega dos anos 60 de cobertura política para o jornal Última Hora, o hoje
senador Edison Lobão (PFL-MA).
Emocionado, Tavares ressaltou que a presença na cerimônia do ministro José Dirceu, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), reunia todo o seu passado. "Estou muito emocionado porque aqui está todo o meu passado. Estão as figuras de maior responsabilidade da República. Estamos todos nós reunidos para a ressurreição da Nação como democracia plena", afirmou Tavares.
Num rápido relato sobre "O Dia em que Getúlio Matou Allende", Flávio Tavares ressaltou que o livro não é ficção. "O que pretendo neste livro é tomar como eixo dois suicidas que, através da morte, ressuscitaram como líderes".
Praticamente esquecido pelos aliados e sem controle sobre o seu governo, Vargas mudou o rumo de sua história com um tiro no peito, ressaltou Tavares. "Até a oposição foi obrigada a chorar nas ruas, com a multidão, a sua morte", relatou o jornalista.
O ministro José Dirceu não deu declarações. Logo após o lançamento do livro, ele deixou claro que não daria entrevistas: "Estou quietinho. Tem muita gente me provocando. Tenho que ficar quietinho", afirmou, ao ser questionado pelos jornalistas.
Dirceu, Sarney e João Paulo ainda se reuniram no gabinete da Presidência do Senado por cerca de meia hora, depois que deixaram a Biblioteca do Senado.