Bittar defende mais investimentos em infra-estrutura energética no Brasil

19/09/2003 - 23h12

Rio, 19/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ) disse que a questão da infra-estrutura é fundamental para o programa de crescimento do governo. Ele explicou que não há como se imaginar um setor como o da energia dependendo da hidrologia. "Ainda que tenhamos um crédito nesse momento, esse crédito pode se esvair rapidamente, dependendo do comportamento da hidrologia", lertou hoje, no Rio.

Apesar de identificar problemas no marco regulatório, segundo o parlamentar não se trata de "jogar na lata do lixo tudo que aí está". Para ele, o que existe é uma conquista do Estado brasileiro e não de um governo específico: "É para promover mudanças que dêem mais segurança para os investimentos no setor de energia elétrica." Bittar apontou ainda a necessidade de investimentos no setor de transportes, para que a produção agrícola, cada vez mais crescente, possa escoar mais rapidamente.

Na avaliação do parlamentar, a criação das agências reguladoras foi importante, mas falta ao país um planejamento maior. Ele assinalou que a privatização na área de telecomunicações deu certo, mas o ministério enfrenta dificuldades para cumprir o papel de identificar novas tecnologias. "Essa é uma tarefa que o governo tem procurado cumprir: aparelhar os ministérios para essa missão que eles têm, sem prejuízo do necessário aperfeiçoamento do papel das agências como instrumentos fundamentais do marco regulatório."

Bittar elogiou o sistema interligado brasileiro, mas destacou a necessidade de crescimento dos investimentos no setor. Ele acredita que talvez o erro na definição do marco regulatório do setor tenha sido o de trazer para o Brasil modelos de outros países. O deputado destacou, no entanto, que, por outro lado, houve resultados positivos nas alterações feitas até agora. "O fato de termos privatizado o setor de distribuição e boa parte do sistema de transmissão é algo positivo, na medida que traz mais investimentos, traz mais eficiência de gestão, que é própria do setor privado, evidentemente saudável."