Rio, 19/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Mário Santos, disse, hoje, que embora o país tenha fontes de energia, como a nuclear, o bagaço de cana, o gás e o vento, será preciso continuar investindo em hidrelétricas, a base energética brasileira. Durante palestra no seminário "O futuro do setor elétrico brasileiro: obstáculos e oportunidades", na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Mário Santos lembrou que o Brasil tem um espaço de tempo com quantidade de energia garantida, período em que podem ser feitos os investimentos necessários para a ampliação da oferta. "Deus nos deu uma bolha de quatro ou cinco anos de oferta, desde que a hidrologia não nos pegue de surpresa. Por isso é que não se pode brincar com o setor", recomendou.
Mário Santos disse que o sistema interligado brasileiro é avançado, e se os Estados Unidos tivessem um esquema semelhante não teria ocorrido no país o apagão de agosto.
Para o presidente do ONS, o objetivo do governo, com o novo modelo energético, é garantir que não falte energia. "O novo modelo coloca isso muito bem, porque está se contratando capacidade."
Mário Santos defendeu a necessidade de união do setor, na tentativa de uma solução de consenso para os investimentos. "O perigo do setor elétrico já foi exaustivamente diagnosticado. O problema é que todo mundo não reza mais Padre Nosso. Só reza padre meu que está no céu. Venha a mim o teu reino, quando o setor está precisando rezar Padre Nosso. Olha, manda muita chuva, São Pedro! Ainda tem que rezar para São Pedro, porque se demorar demais, essa bolha não emplaca", premonizou.